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Luz visível nas faixas violeta e azul pode causar na pele efeitos similares aos da radiação ultravioleta (28 notícias)

Publicado em 29 de maio de 2023

Agência FAPESP * – Estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) revela que a luz visível nas faixas violeta e azul pode ter efeito tóxico para as células da pele dependendo do tempo de exposição. Entre as possíveis consequências estão a liberação de compostos oxidantes, lesões no DNA, danos em mitocôndrias e outras organelas e acúmulo do pigmento lipofuscina, que aumenta a sensibilidade celular à luz. Segundo os autores, portanto, os filtros solares comercialmente disponíveis, que protegem contra radiação ultravioleta (UVB e UVA), não são suficientes para a proteção efetiva da pele.

Os resultados da pesquisa, conduzida com apoio da FAPESP durante o pós-doutorado de Paulo Newton Tonolli, foram publicados no Journal of Photochemistry & Photobiology, B: Biology.

A investigação foi conduzida no âmbito do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), sob a coordenação do professor Maurício Baptista, do Instituto de Química (IQ-USP). O Redoxoma é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP.

Essa é primeira vez que são comparados os efeitos das diferentes faixas de luz visível em relação à fototoxicidade em queratinócitos – as células da pele responsáveis pela produção de queratina.

“Nosso artigo mostra que o high energy blue, que chamamos aqui de violeta, deveria ser um dos alvos importantes para o desenvolvimento de protetores solares. O violeta é bem próximo de 400 nanômetros, que é a linha que separa o UVA do visível. Essa linha não tem uma razão específica para a pele. Ela tem uma razão para os nossos olhos, porque temos receptores que ‘enxergam’ o violeta e o azul, mas não ‘enxergam’ o UVA. Porém, em termos de comprimento de onda e de efeito biológico, essas faixas da radiação são muito parecidas entre si”, afirma Baptista.