Garantir juridicamente a propriedade da terra e assegurar a produção nas regiões cafeeiras era a forma que a aristocracia agrária tinha para manter o poder. Isso exigia um reordenamento das estratégias de dominação frente à presença cada vez mais acentuada do capitalismo. Seguindo esse raciocínio, a cientista política Flávia Arianch Martins de Oliveira. da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, câmpus de Marília, estuda a questão da propriedade da terra no município paulista de Jaú e o encaminhamento jurídico-político que a aristocracia agrária pôs em funcionamento para assegurar o status quo. Após a proclamação da República, os latifundiários, segundo a pesquisadora, procuraram impor uma organização política que desse sustentação à antiga estrutura agrária e promovesse os ajustes necessários diante da entrada em cena, com o fim da escravidão, do trabalho assalariado. "Para estudar a propriedade e o proprietário da terra, fiz uma retomada histórica da região de Jaú. muito influenciada pelo impacto da lavoura comercial cafeeira", diz a autora. Faces da Dominação da Terra (Jaú 1890-1910), de Flávia Arlanch Martins de Oliveira. UNESP/Marília/Publicações e Fapesp; 172 páginas; R$15,00. Informações: publica@marilia.unesp.br
A SEPTUAGENÁRIA SEICHO-NO-LE
Fundada no Japão, em 1929 - há 70 anos, portanto -, por Masaharu Taniguchi, a seita Seicho-no-le, que significa "Lar do Progredir Infinito", conta hoje, no Brasil, com cerca de 2,5 milhões de adeptos, que se espalham por 86 sedes regionais. Esse universo chamou a atenção da cientista social Leila Marrach Basto de Albuquerque, do Departamento de Educação Física do Instituto de Biociências da UNESP, câmpus de Rio Claro, que desenvolveu sua dissertação de mestrado, na área de Sociologia da Religião, sobre a seita. "Enfoco a história, a doutrina, a organização, a estrutura de poder e as atividades da seita", diz a docente. O trabalho resultou na publicação desta obra. que mergulha na caracterização social dos adeptos da Seicho-no-le e no sentido que a doutrina tem para os brasileiros. "Isso nos leva a ver com novos olhos a expectativa de muitos acadêmicos de que a mentalidade racional e secularizada seria um complemento obrigatório do processo de modernização", diz a autora.
Seicho-no-le: agradecimento, obediência e salvação, de Leila Marrach Basto de Albuquerque. Anablume/Fapesp: 111 págs.; R$ 12,00. Informações: (0xx11) 212-6764.
NO AR, SEM GLAMOUR
Pilotos de avião não têm a vida glamourosa que muitos pensam. Eles convivem com equipamentos automatizados apoiados em poderosos sistemas de informação, mas isso não significa que trabalhem menos, pois necessitam estar sempre atentos aos painéis de controle, atividade que gera um desgaste ainda não devidamente mensurado. Na mesma área da aviação, controladores de vôo trabalham com sistemas precários de informação e também vivem um estresse cotidiano, pois um erro ou desatenção oferece grande risco aos passageiros. Esses são alguns dos temas que a cientista social Alice Itani, do Instituto de Biociências da UNESP, câmpus de Rio Claro, estuda nos seis capítulos do livro. Investiga desde as especificidades do trabalho na área de transportes até as conseqüências da convivência cotidiana com o risco no trabalho. "Ao dialogar com pilotos e controladores de vôo, foi possível acompanhar o dia-a-dia desses profissionais", avalia Alice.
Trabalho e Saúde na Aviação: a experiência entre o invisível e o risco, de Alice Itani. Editora Hucitec/ Fapesp; 168 págs.: R$ 15,00. Informações: (0xx11) 530-4532.
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Jornal da Unesp