São Paulo – Projeções feitas com um protótipo matemático desenvolvido na pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indica que, caso o isolamento social não seja significativamente intensificado, o estado de São Paulo chegará ao termo de junho com {cerca} de 53,5 {mil} novos casos de covid-19 por dia. O estudo aponta para a adoção de lockdown obrigatória e urgente – seria a única medida capaz de subtrair a taxa de contágio no estado. No final de abril, quando foi realizado o levantamento, cada 100 paulistas infectados transmitiam o coronavírus para quase 150 pessoas, em média.
Renato Pedrosa, professor do Instituto de Geociências da Unicamp e coordenador da Instauração de Sustento à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), explica que as projeções ainda podem estar subestimadas, pois o nível de isolamento no estado vem caindo desde o início de abril.
“Os valores projetados indicam que ainda esse mês (maio) o sistema público de saúde em São Paulo atingirá o limite, pois o nível de ocupação de leitos de UTI já está supra de 80%. Se o isolamento (voluntário) não for ampliado urgentemente, o estado terá de usar medidas mais drásticas de contenção, {como} ocorreu na Itália, ou a condição se tornará insustentável”, afirmou Pedrosa.
Isolamento social
De conciliação com os dados do governo de São Paulo, o isolamento social no estado está caindo semanalmente. No dia 21 de abril, 54% da população paulista ficou em residência. No último sábado (9), a taxa foi de 48%. O recomendado pela Organização Mundial da Saúde para sofrear a disseminação do novo coronavírus é de pelo menos 60%.
Ainda segundo Pedrosa, a população de São Paulo e o sistema de saúde do estado sentirão os reflexos dessa falta de isolamento “daqui a 15 ou 20 dias”, com o aumento no número de novos casos e depois, com a subida do número de óbitos. Desde ontem (11), a prefeitura de São Paulo adotou novo rodízio de carros.
Apesar disso, apesar da restrição, o isolamento social foi de 49% – unicamente 1% a mais que a segunda-feira (4) anterior. O novo método de rodízio de veículos passou a ser pelo final da placa – par ou incomparável –, com 24 horas de duração e válido em toda a cidade – não só no chamado meio expandido da capital.