Agência FAPESP - O livro Bioetanol de Cana-de-açúcar ' P&D para produtividade e sustentabilidade (Editora Blucher), organizado por Luís Augusto Barbosa Cortez, professor da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador adjunto de Programas Especiais da FAPESP, ganhou o Prêmio Jabuti 2011 na categoria 'Ciências Naturais'. O anúncio foi feito em 17 de outubro pela Câmara Brasileira do Livro, que concede o prêmio, reconhecido como o mais importante da literatura brasileira.
Lançada em setembro de 2010, a publicação é uma coletânea de trabalhos científicos realizados entre agosto de 2006 e março de 2009 no âmbito do projeto 'Diretrizes de políticas públicas para a pesquisa científica e tecnológica em bioenergia no Estado de São Paulo', coordenado por Cortez e realizado com apoio da FAPESP por meio do Programa Pesquisa em PolÍticas Públicas. A obra reúne trabalhos de 139 especialistas de diversas instituições de pesquisa, como o Centro Nacional de Referência de Biomassa (Cenbio), o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), o Instituto Agronômico (IAC), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Unicamp, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade de São Paulo (USP), além da empresa Dedini S.A. Indústrias de Base.
São 992 páginas, divididas em 76 capítulos agrupados em cinco partes. Cada uma ficou sobre a responsabilidade de organizadores. Estratégias de políticas públicas para o etanol foi coordenada por Cortez, e Sustentabilidade da produção e do consumo de biocombustíveis, por Arnaldo Walter e Manoel Regis Lima Verde Real, do CTBE. Cortez acredita que o livro pode ser útil a professores e alunos de graduação e pós-graduação, além de amparar políticas públicas no setor.
A pretensão dos autores, inclusive, é transformá-lo em um livro texto a ser utilizado no curso de pós-graduação em Bioenergia que será oferecido pela Unicamp a partir de 2013. O livro também conta com uma versão em inglês, que pode ser adquirida exclusivamente pela internet. 'O objetivo do livro foi identificar as necessidades e oportunidades de pesquisa e desenvolvimento na cadeia produtiva do etanol de cana-de-açúcar.
Para isso, foram organizados cerca de 20 workshops sobre diferentes temas do setor', disse Cortez à Agência FAPESP. Esta é a segunda vez que o pesquisador ganha o Prêmio Jabuti. Em 1993, Cortez venceu o prêmio na categoria 'Ciências Exatas e Tecnológicas' com o livro Introdução à engenharia agrícola no Brasil, publicado pela editora da Unicamp.
Outras publicações premiadas Além da publicação organizada por Cortez, o livro 'Dois séculos de projetos no Estado de São Paulo ' Grandes obras e urbanização' (Editora Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Edusp), organizado por Nestor Goulart Reis Filho, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e publicado com apoio da FAPESP por meio do Programa Auxílio à Publicação ' Livros, também foi agraciado com o Prêmio Jabuti 2011 na categoria 'Arquitetura e Urbanismo'.
Dividida em três volumes, a obra narra a história do desenvolvimento de São Paulo nos séculos 19 e 20 por meio de uma perspectiva metodológica da leitura da lógica das relações humanas nas formas de organização do espaço, a lógica dos projetos e das obras.
A pesquisa teve início em 1987, envolvendo o recolhimento de mais de 25 mil imagens, e teve como objetivo o estudo do papel das grandes obras na formação do Estado de São Paulo, principalmente de seu sistema urbano, em cada uma das etapas de sua história. Mostra as relações entre urbanização, desenvolvimento, projetos e obras de infraestrutura e serviços públicos, divididos em quatro grandes períodos: aquelas do período entre 1800 e 1822 e de 1822 a 1889 compõem o primeiro volume; de 1889 a 1930 integram o segundo; e de 1930 a 2000 completam o terceiro volume.
'É um história escrita com base em evidências materiais, e não documentos escritos. Historiadores, em geral, trabalham com documentos escritos e nós, da área de arquitetura e urbanismo, trabalhamos com espaço construÃdo e, portanto, temos que trabalhar com evidências materiais. Nós lemos a história através do espaço urbano, do espaço arquitetônico', disse Reis Filho à Agência FAPESP.
O livro também receberá em novembro um prêmio da Academia Paulista de História. Já Márcia Azevedo de Abreu, professora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, que atualmente coordena o projeto 'A circulação transatlântica dos impressos ' A globalização da cultura no século XIX', venceu o prêmio Jabuti na categoria 'Comunicação' pela organização do livro Impresso no Brasil ' Dois séculos de livros brasileiros, publicado pela editora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Fundação Biblioteca Nacional.
O livro reúne diversos ensaios sobre o percurso da produção editorial brasileira, durante seus 200 anos de história. A primeira parte da obra, intitulada Uma nova história editorial brasileira: editores, tipógrafos e livreiros, apresenta 22 capítulos que focalizam os aspectos da produção editorial nacional. Na segunda parte, sobre Cultura letrada no Brasil: autores, leitores e leituras, 13 trabalhos analisam e interpretam a formação do leitor e do público para qual se dirigiam nossas produções editoriais, ao longo das décadas.
A obra constrói um panorama, entre outros assuntos, da produção de livros escolares e de alfabetização, literatura de cordel, da produção em jornais e periódicos e analisa a história de editoras como Garnier, Melhoramentos, Civilização Brasileira, Companhia das Letras e Abril. A cerimônia oficial de entrega do Prêmio Jabuti será em 30 de novembro, quando serão conhecidos os ganhadores do 'Melhor Livro de Ficção' e 'Melhor Livro de Não Ficção'. Para 'Melhor Livro de Não Ficção' do ano, concorrerão os vencedores nas categorias Teoria/Crítica Literária, Reportagem, Ciências Exatas, Tecnologia e Informática, Economia e Negócios, Direito, Biografia, Ciências Naturais, Ciências da Saúde, Ciências Humanas, Didático e Paradidático, Educação, Psicologia e Psicanálise, Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação, Artes, Turismo e Hotelaria e Gastronomia.
Fonte: Agência FAPESP