O livro “Novos caminhos para a inovação no Brasil”, de Fernanda De Negri, foi lançado em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília (DF), em eventos realizados de 11 a 13 de junho.
A publicação foi elaborada em conjunto pela INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Wilson Center Brazil Institute.
A obra traz uma análise do Brasil sobre a criação de um ambiente favorável à inovação. A autora mostra que três fatores são necessários para criar um ambiente sustentável em favor da inovação:
1) pessoas com boa formação profissional, especialmente cientistas e engenheiros;
2) infraestrutura adequada para a realização de pesquisas de alto nível e;
3) um ambiente sem entraves à produção científica e à inovação.
O livro ainda mostra que o Brasil tem menos cientistas e engenheiros em relação à população total do que a maioria dos países desenvolvidos. Além disso, a qualidade do ensino não melhorou, segundo indicadores nacionais e internacionais, embora o acesso à educação tenha aumentado.
No âmbito científico, o País melhorou a sua representatividade no ranking mundial, passando a responder por 3% da produção científica, ante 0,7% em 1990. Contudo, as pesquisas são consideradas de pouca relevância.
Além disso, a ciência brasileira ainda é muito fechada ao exterior, segundo a autora, com pouco intercâmbio de professores e estudantes. Há muita burocracia para a condução de pesquisas, especialmente em universidade públicas – outro entrave importante.
Por fim, a publicação demonstra que o Brasil ainda é uma economia muito fechada, o que cria inúmeros obstáculos à pesquisa e à inovação. O ambiente de negócios é extremamente complexo e burocrático, em vez de ágil e flexível.
Para discutir esses tópicos e as suas possíveis soluções, as entidades organizadoras do livro firmaram parcerias com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e com a Finep (Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa) para realização de três eventos.