É um trabalho de eminência parda, invisível. No entanto, consome um tempo enorme do pesquisador, além de ser estressante.
Mensagem de Vanessa Lea, professora associada do Depto. de Antropologia da Unicamp:
Faço uma sugestão relativa à solicitação de pareceres por parte das agências científicas brasileiras. Os recursos de informática disponíveis hoje em dia possibilitam a comunicação online entre as grandes agências de fomento à pesquisa.
Portanto, há condições tecnológicas para centralizar informações relativas ao envio de processos aos pareceristas, para saber quem já esteja com quantos processos, assim evitando a sobrecarga dos pareceristas.
Tanto o CNPq quanto a Fapesp me informaram que inexistem normas para estabelecer um limite anual de processos enviados a cada assessor.
É impossível continuar a tolerar em silêncio o bombardeio constante de pareceres que ocorrem de diversas procedências simultaneamente. Além de não serem remunerados, não são sequer quantificados no curriculum vitae.
O pesquisador é geralmente solicitado a arrolar as agências para quais emite pareceres; não há interesse em saber quantos pareceres foram emitidos num determinado ano.
Em suma, é um trabalho de eminência parda, invisível. No entanto, consome um tempo enorme do pesquisador, além de ser estressante, já que cada agência interessa-se apenas por seu próprio parecer.
O CNPq resolveu (a partir deste ano) cortar temporariamente a bolsa de produtividade de pesquisa de quem não estiver em dia com seus pareceres.
Portanto, esta na hora de haver alguma revisão deste processo, ou seja, uma melhora no planejamento de solicitação de pareceres, e a estipulação de quotas anuais.
Quero frisar que não se trata de uma questão de recusar a emitir pareceres, apenas reivindico um planejamento mais equilibrado por parte das agências de fomento à pesquisa.
JC e-mail 2465, de 13 de Fevereiro de 2004.
Notícia
Jornal da Ciência online