Listen to the article SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – The São Paulo City Council approved this Wednesday (20) the bill that provides for the expansion of the Butantan Institute, in the west zone of the capital.
City council members approved Bill 691/2025 with 43 votes in favor and six against, with one abstention. The bill, authored by the city government, calls for the felling of 1,700 trees to expand the Butantan Institute's vaccine, serum, and medicine production centers.
The proposal has been criticized by environmentalists and local residents. They argue that the vegetation that will make way for the new research center buildings is a state heritage site and cannot be removed.
The initial project called for the felling of 6,629 trees. However, following negative backlash and pressure from groups opposing the bill, the Butantan Institute presented a new expansion plan and committed to reducing the number of trees cut down.
After the redesign, the proposal calls for the institute's expansion to be vertical. Butantan explained that the industrial complex will be built on land already occupied by buildings, reducing the need to deforest the more than 6,000 trees. In other words, with vertical expansion, the need for new space will be reduced.
Instituto diz que impactos ocorrerão no decorrer de 20 anos, sempre com compensações antecipadas. No último mês, o Butantan ressaltou que qualquer manejo arbóreo ocorre apenas após emissão de autorizações legais dos órgãos competentes. A instituição também se comprometeu a plantar mais de 9.000 árvores nativas em sua área e entorno para restaurar a Mata Atlântica, para compensar os impactos da verticalização.
“A ideia é que o impacto paisagístico seja o menor possível, adotando uma série de premissas que vão além do que é solicitado na legislação para a recomposição da vegetação nativa”, disse Renan Rodrigues da Costa, biólogo e representante do Instituto Butantan, em audiência pública no último dia 12.
SOBRE O PROJETO
Proposta aprovada prevê que sejam construídas seis unidades fabris, de até 48 metros, no novo complexo. No início de agosto, durante uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo, foi apresentado o projeto de lei substitutivo que altera o PIU (Plano de Intervenção Urbana) Arco Pinheiros para viabilizar a ampliação do complexo fabril do instituto. O projeto, aprovado em 1º turno no fim de junho, muda o zoneamento de parte da área que abrange o Butantan, e aumenta o limite de altura de novas construções de 28 metros para 48 metros.
Butantan diz que área onde serão construídos novos prédios tem pouca vegetação e concentra, em sua maioria, espécies invasoras. “A gente fez um esforço adicional, fizemos várias revisitações do nosso plano e decidimos forçar cada vez mais para reduzir qualquer tipo de impacto”, disse o diretor do instituto, Esper Kallás, sobre a mudança na proposta anterior.
Expansão permitirá a construção ou ampliação de fábricas de vacinas fundamentais para a saúde da população brasileira, argumenta Kallás. Ele citou que o crescimento do complexo fabril vai atender à crescente demanda do sistema público de saúde. Entre os exemplos citados estão os imunizantes contra a dengue, DTPa (difteria, tétano e coqueluche), HPV (vírus papiloma humano) e o novo prédio para envase e congelamento de vacinas.
MESMO APÓS MUDANÇAS, PROPOSTA SEGUIU ALVO DE CRÍTICAS
Redução da área verde, mesmo após diminuição, é questionada por entidades do meio ambiente e por moradores do bairro do Butantã. Eles argumentam que a vegetação faz parte de uma área remanescente de Mata Atlântica e que o plantio de novas mudas não é suficiente para compensar o impacto ecológico da derrubada das árvores.
“Redigir um substitutivo que reclassifica o horto do Instituto Butantan como um bosque heterogêneo sem proteção legal em um texto mal escrito que se quer define um coeficiente de aproveitamento, é praticamente um estelionato com a população”, disse Lucas Randoli, representante do Conselho Gestor do Campus USP Butantã, em audiência pública no último dia 12.
Grupo criou SOS Butantan para tentar reverter o projeto de desmatamento no instituto. Ao UOL, eles afirmaram que não são contrários à ampliação da produção de vacinas pelo Butantan, mas citam que a ampliação do complexo industrial não é compatível com o local escolhido. “Riscos de contaminação, poluição, além dos irreparáveis danos ambientais. Zonas Industriais existem para isso”, afirmou a economista Sonia Imperio, 64, que mora ao lado do instituto.
Vizinhos do instituto questionam os impactos da expansão industrial em uma área urbana. “Importante frisar que não se trata de uma atividade industrial com baixo risco ou impacto ao entorno residencial. Por sua natureza, a atividade gerida pela Fundação Butantan implica em risco biológico à comunidade e deveria ser expandida para área de menor exposição humana”, diz trecho do texto do abaixo-assinado compartilhado pelo grupo.
Queixas frequentes por excesso de ruídos vindos da área industrial atual também foram relatadas em audiência pública por vizinhos. Os moradores do bairro demonstraram preocupação com a nova expansão fabril, já que recebem apenas respostas protocolares das denúncias atuais.
Diretor do instituto reconheceu que barulho “foi um problema”. “Já contratamos uma empresa para fazer a obra de isolamento acústico, estamos fazendo um esforço de diminuição do tempo de emissão do ruído para minimizar o impacto, e nossa previsão é concluir essa obra em outubro para vocês [moradores] não terem mais problemas”, disse Kallás na audiência.
Desmatamento no Butantan foi denunciado em 2022 ao Ministério Público de São Paulo. Um inquérito civil está em andamento na promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital. O órgão afirmou que aguarda respostas do governo estadual.
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