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Jornal de Boas Notícias

Laser infravermelho aliado à prática de exercícios reduz até 80% de gordura no fígado, aponta pesquisa da USP (1 notícias)

Publicado em 02 de março de 2018

Uma pesquisa do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP constatou que o uso de laser infravermelho, associado à prática de exercícios físicos e à educação nutricional, ajuda a reduzir em até 80% o nível de gordura no fígado.

Além de proteger o paciente contra obesidade, o procedimento pode impedir que a longo prazo ele possa desenvolver um câncer de fígado, disse ao G1 Antonio Eduardo de Aquino Júnior, pós-doutorando em biotecnologia e um dos autores do estudo.

Segundo ele, o resultado da avaliação surpreendeu pela grande diferença na quantificação de TGO,TGP e GGT, três enzimas hepáticas responsáveis pelo metabolismo de várias ações do fígado.

O pesquisador ressaltou que o aumento de peso corporal pode diminuir em até 8 anos o tempo de vida das pessoas. “E para quem tem apenas sobrepeso, já se tem 70% de chance de estar com esteatose hepática não alcoólica (gordura no fígado)”, disse.

Análise

O estudo envolveu 20 voluntários obesos do sexo masculino, com idades entre 20 e 40 anos. Todos receberam informações nutricionais e evitaram a ingestão de bebidas.

Durante dois meses, três vezes por semana dez voluntários realizaram uma hora de exercícios aeróbicos e musculação recebendo, em seguida, dez minutos de aplicação de laser.

A luz foi instalada em quatro placas com 16 emissores de laser (cada), que foram colocadas sobre o abdômen, quadríceps, glúteos e bíceps, estimulando o gasto de energia acumulada. Outros dez voluntários não receberam a aplicação da terapia com luz.

“Os valores de redução enzimática chegaram a aproximadamente 80% no grupo que fez uso de laser infravermelho em relação ao grupo de terapia tradicional”, afirmou o pesquisador.

Em meio ao tratamento, os pesquisadores notaram que houve também redução da gordura visceral (localizada próxima à região da barriga), peso corporal, gordura total do corpo, colesterol e lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos.

“É sempre importante lembrar que a mudança no estilo de vida, em relação aos hábitos alimentares e o aumento da quantidade de exercícios é ponto fundamental para o resultado. O uso de uma tecnologia como o laser infravermelho atua como potencializador do exercício”, disse Aquino Júnior.

Técnica inovadora

Os pesquisadores avaliam os próximos passos da pesquisa. Um dos objetivos do projeto é fornecer à comunidade médica uma tecnologia que proporcione aos pacientes um tratamento alternativo para combater a obesidade.

De acordo com o pós-doutorando, o uso de laser associado ao exercício ainda não é divulgado, mas espera-se que em breve esse tipo de trabalho possa ser realizado amplamente pelos profissionais. Atualmente o laser ou LED é bastante utilizado na área de fisioterapia.

“Para uso de treinamento e emagrecimento, este tipo de trabalho deve ser realizado por profissionais de educação física, os quais estão aos poucos tomando conhecimento dos equipamentos e técnicas que podem ser utilizadas. O laser de baixa intensidade é indolor, mas precisa de treinamento e conhecimento para utilizá-lo”, ressaltou o pesquisador.

Apoiado pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (Cepof/Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela empresa MMOptics, o estudo foi desenvolvido sob a orientação do professor Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC) em parceria com as pesquisadoras do IFSC Fernanda Mansano Carbinatto e Lilian Tan Moriyama.

Fonte: G1