SÃO CARLOS - Depois de inaugurar em junho o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) da Embrapa Instrumentação de São Carlos, o instituto passou a integrar o SisNano, sistema de laboratórios multiusuários direcionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) em nanociências e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O LNNA é agora um dos oito laboratórios estratégicos para o País.
O chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, diz que integrar o SisNano significa ter prioridade nas Políticas Públicas de apoio à infraestrutura de laboratórios e formação de recursos humanos altamente qualificados, de acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e associadas ao Plano Brasil Maior os órgãos de fomento - CNPq, Finep, Fapesp, Capes - na viabilização do laboratório e do trabalho em equipe com parceiros de empresas e universidades. "Assim, podemos avançar na fronteira do conhecimento e na geração de tecnologias fundamentais ao desenvolvimento do nosso país", afirma.
Com o Módulo de Integração, a estrutura física do LNNA foi ampliada em mais 1.150 m² totalizando 2.300 m². Somado ao primeiro módulo do LNNA, inaugurado em 2009, o total investido até o momento para ampliar as pesquisas - inclusive em linhas transversais - é de R$ 13 milhões.
Temas como agroenergia, ressonância magnética, pós-colheita, espectroscopia avançada são algumas das áreas já contempladas na Embrapa Instrumentação e que, a partir de agora, passarão a empregar pioneiramente os conceitos de nanotecnologia. De acordo com coordenador da Rede de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio (RedeAgroNano), Caue Ribeiro, até o momento poucos institutos de pesquisa têm um foco multidisciplinar aplicando a nanotecnologia, como nesse caso. "Teremos condições de desenvolver mais pesquisas e dar uma resposta mais agressiva à transferência de tecnologia", informa.
Entre as pesquisas que serão fortalecidas no LNNA estão: nanopartículas magnéticas funcionalizadas para recuperação de enzimas utilizadas no processo de obtenção do etanol celulósico; nanoestruturas para enriquecimento energético de biogases por filtragem e eliminação de água; uso de rotas enzimáticas desenvolvidas para obtenção do etanol celulósico e para produção de nanofibras de celulose; sensores para detecção de compostos nitrogenados no solo (controle da adubação); nanoestruturas para liberação controlada de fertilizantes e defensivos agrícolas; sensores para detecção de umidade no solo; sensores para detecção de contaminantes em corpos d'água e sistemas para degradação de pesticidas em estações de limpeza de aeronaves de pulverização. Antes da inauguração do Módulo de Integração do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio foi realizado um debate sobre políticas públicas e envolvimento empresarial em nanotecnologia. A mesa-redonda foi coordenada pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Embrapa, Ladislau Martin Neto.
Participaram das discussões representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Fapesp, do CNPq, e da Embrapa Instrumentação.
O debate fez parte do VII Workshop de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio e III Escola de Nanotecnologia.