O Laboratório de Aprendizagem Desenvolvimento e Saúde (LADS), coordenado pela professora Ana Claudia M. Almeida Verdu do Depto de Psicologia da Faculdade de Ciências, da Unesp/Bauru foi sede, no último dia 11/11, a reunião da equipe do projeto Correlatos eletrofisiológicos de processos simbólicos em indivíduos com desenvolvimento típico e crianças com distúrbios da comunicação.
Segundo a professora Ana Verdu, o projeto investigará correlatos eletrofisiológicos de processos simbólicos. O trabalho envolve técnicas de análise eletrofisiológica da cognição por eletroencefalograma (EEG). Participantes com diferentes características de linguagem serão submetidos a tarefas em que terão que realizar uma espécie de julgamento semântico.
A tarefa envolve, basicamente, expor os participantes a pares de palavras relacionadas semanticamente (p. ex. pão manteiga) ou não relacionadas semanticamente (p. ex. pão pedra). Nos estudos da áreas, são extraídas informações eletrofisiológicas dos participantes enquanto realizam as tarefas. Quando as palavras são relacionadas, a amplitude de ondas detectadas pelo EEG são reduzidas; quando as palavras não são relacionadas, as medidas eletrofisiológicas revelam uma onda negativada, de grande amplitude após a apresentação do segunda palavra, explicou a professora.
O projeto é realizado sob o escopo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre comportamento, Cognição e ensino (INCT-ECCE), recebe auxílio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento científico e Tecnológico (CNPq) e envolve o Laboratório de Aprendizagem Desenvolvimento e Saúde (LADS - Unesp, Bauru) e Laboratório de Estudos, Avaliação e Diagnóstico (LEAD - Unesp, Marília).
O que se propõe é uma operação integrada de ferramentas conceituais e metodológicas comuns a pesquisadores da fonoaudiologia, da psicologia e da neurociência cognitiva para o domínio da tecnologia de extração de potenciais evocados nestes laboratórios, pontuou Ana Verdu. Posteriormente, segundo ela, espera-se que essa interdisciplinaridade possa servir não apenas para uma análise mais ampla da comunicação e cognição humana, mas que também beneficie a pesquisa de fonoaudiólogos, psicólogos e neurocientistas, com populações com distúrbios da comunicação variados.
Acredita-se que um diálogo entre essas correntes possa gerar contribuições relevantes para a compreensão do comportamento humano complexo e também para a produção de conhecimento que possa ser aproveitado no desenvolvimento de tecnologias úteis para indivíduos portadores de distúrbios da comunicação, bem como para a avaliação da eficácia de procedimentos terapêuticos remediativos, finalizou.
Legenda da foto: Anderson das Neves (membro do laboratório de Bauru), Célia Giacheti (coordenadora do núcleo do LEAD, Unesp, Marília), Cristiana Ferrari (membro do laboratório de Marília), Ana Verdu (coordenadora do núcleo do LADS, Unesp, Bauru), Natália Rossi e Tâmara (membros do laboratório de Marília), Fernando Lucchesi (membro do laboratório de Bauru).
João Moretti Jr e Ana Verdu
Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru