O Laboratório de Imunologia Pulmonar e do Exercício, situado no Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo (ICT-Unifesp), busca identificar efeitos colaterais de pacientes que tiveram COVID-19 ou que possuem outras doenças pulmonares a fim de acelerar sua reabilitação.
O laboratório foi criado em outubro de 2020 e conta com apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O principal objetivo é desenvolver pesquisas clínicas e experimentais com foco nos aspectos imunológicos celulares e moleculares envolvidos tanto na fisiopatologia das doenças pulmonares
quanto do exercício físico e sua interação na prevenção e tratamento de tais doenças.
O grupo realiza projetos de reabilitação em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou que tiveram COVID-19. Também atende idosos com síndrome metabólica e oferece reabilitação com uso de laser e LED. "No caso dos pacientes pós-COVID, as principais sequelas são fraqueza muscular, diminuição de massa muscular, depressão, estresse pós-traumático, distúrbios do sono, dores de cabeça, cansaço e fadiga crônica", conta Maysa Alves Rodrigues Brandão Rangel.
Rangel é doutoranda em Ciências da Reabilitação e do Movimento Humano da Unifesp, integrante da equipe do laboratório e bolsista da FAPESP.
Participam do laboratório alunos de iniciação científica das áreas de educação física e fisioterapia, de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano e Reabilitação e em Bioengenharia.
O público-alvo do serviço inclui pacientes adultos e idosos com várias patologias pulmonares. Já foram atendidos no laboratório mais de 420 pacientes, e cerca de 1,8 mil pessoas já receberam atendimento itinerante, no próprio local de moradia, em parceria com as Casas do Idoso de São José dos Campos e com o projeto Movimento Vida no bairro Campo dos Alemães.
“Os pacientes passam por uma avaliação criteriosa, realizando exames como bioimpedância, espirometria e eletrocardiograma. Respondem a questionários sobre seu estado de saúde e ainda são feitas coletas de sangue e de ar condensado do pulmão. Depois, os pacientes são encorajados a participar de um programa de reabilitação de 12 semanas, com sessões de uma hora, três vezes por semana. Dependendo do protocolo, eles são reavaliados com 30, 60 ou 90 dias”, explica a doutoranda da Unifesp. Durante as sessões de reabilitação, os pacientes realizam exercícios físicos aeróbicos e resistidos, além de avaliações médicas sistemáticas.
No início, os pesquisadores acreditavam que um programa de 12 semanas seria ideal, mas, ao longo dos atendimentos, a duração foi encurtada. “Vimos que os pacientes com 45 dias em programa de atividade aeróbica e exercícios resistidos melhoravam significativamente e acabavam abandonando o tratamento, pois já se sentiam reabilitados. Ainda estamos estudando esses mecanismos a fim de, possivelmente, readaptarmos o protocolo para 45 dias”, explica Rangel.
O serviço é ofertado de forma gratuita ao público. Para participar do programa de reabilitação os interessados devem entrar em contato por Whatsapp, no número (12) 99129-0307.
Agência FAPESP – Com informações da Assessoria de Comunicação da Unifesp.