O escritor maranhense Adriano Sousa lança hoje, às 18h30, no Chico Discos (Centro), o livro “Poética de Júlio Bressane: Cinema(s) da Transcriação” (Educ/Fapesp). Na segunda-feira, 22, às 17h, ele e os professores Luís Inácio (Filosofia), Junerlei Dias (Comunicação) e Flávio Reis (Sociologia e Antropologia) participam de um bate-papo sobre o tema no auditório A do Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os dois eventos têm entrada gratuita.
O livro “Poética de Júlio Bressane: Cinema(s) da Transcriação” é resultado da tese de doutorado de Adriano Sousa e aprofunda o mergulho na obra do cineasta, feita pelo autor na dissertação de mestrado “Devir-deserto no São Jerônimo de Júlio Bressane: Poética tradutória e cartografias da cultura” (2005). Os trabalhos foram defendidos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Adriano Sousa discute a filmografia do cineasta tomando como embasamento teórico o conceito elaborado por Haroldo de Campos. No livro, o autor perpassa a filmografia do cineasta observando-lhe aspectos sem isolá-los, fugindo do que tem sido mais óbvio à crítica e à própria academia, lançando novos olhares sobre o conjunto bressaniano. Observa, na obra do cineasta, o intercambiar incessante entre linguagens distintas, sobretudo a literatura, a música e a pintura.
Adriano Sousa é doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Traduziu com Anastassia Bytsenko o roteiro de “O Sacrifício” (2012) de A. Tarkóvski. Atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado sobre Fausto no cinema, no mesmo programa de estudos.
Bressane - Representante do cinema marginal brasileiro, Júlio Bressane começou a fazer cinema como assistente de direção de Walter Lima Júnior, em 1965. Dois anos depois estreou como diretor com “Cara a Cara”, selecionado para o Festival de Brasília. Em 1970, fundou a Belair Filmes com o cineasta Rogério Sganzerla para fazer filmes de baixo custo. Em apenas seis meses conseguiram rodar seis longas-metragens.
Depois de exilar-se em Londres no início dos anos 1970, Bressane voltou ao Brasil e fez vários filmes usando a chanchada e o deboche como principais características.
Em 2007, seu penúltimo filme, “Cleópatra”, foi apresentado no Festival de Veneza e premiado no 40º Festival de Brasília. Bressane dirigiu 25 filmes, entre eles “Educação Sentimental” (2013), “A Erva do Rato” (2008), “Filme de Amor” (2003), “O mandarim” (1995), “Os Sermões” (1989), “Brás Cubas” (1985), “Tabu” (1982), “A Agonia” (1977), “Amor Louco” (1971) e “Matou a Família e foi ao Cinema” (1969).
Serviço
O quê
Lançamento do livro “Poética de Júlio Bressane: Cinema(s) da Transcriação”, de Adriano Sousa
Quando
Hoje, às 18h30
Onde
Chico Discos, Rua São João, 289-A, Altos, esquina com Afogados, Centro