Fapesp investe em infra-estrutura de novos projetos de pesquisa, mas, alunos ainda enfrentam dificuldades para obter bolsas
A baixa oferta de bolsas em comparação com o número de candidatos é um dos maiores gargalos para a alavancagem do Programa de Apoio a Jovens Pesquisadores, criado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em 1997, para impulsionar o desenvolvimento de pesquisas em inovação tecnológica no Brasil.
Desde 1997, o programa já custeou 813 projetos, mas apenas 453 bolsas foram liberadas para essas pesquisas. Isso dificulta a incorporação dos alunos necessários ao desenvolvimento do estudo e obriga que os coordenadores do projeto busquem essas bolsas em outras agências de fomento, corno a Capes.
O desafio para quem pretende fazer ciência por meio desse mecanismo de financiamento se manifesta durante o pro cesso de avaliação e de realização dos projetos. Embora a Fapesp ofereça uma linha de bolsas especial ao programa durante um período de até 48 meses, nem todos os grupos apoiados conseguem obtê-las.
A burocracia representa outro entrave na hora da avaliação do projeto na agência. A conclusão desse processo pode superar um ano, caso os assessores da fundação solicitem novas informações sobre o plano de pesquisa antes de dar parecer final. Oficialmente, segundo a Fapesp, a análise ocorre no prazo médio de 120 dias.
Contudo, em 2007, cerca de 80 projetos foram iniciados e o programa realizou um aporte total de R$ 23 milhões, segundo informações da assessoria da fundação. Os recursos se destinam, principalmente, a cobrir todos os gastos com materiais, equipamentos e serviços demandados pelo projeto em um prazo de até quatro anos.
Somente os pesquisadores com título de doutor podem se candidatar ao pro grama, os quais devem se enquadrar nos requisitos estabelecidos pela Fapesp (ver quadro). Por outro lado, o apoio financeiro contempla projetos de áreas sem tradição de pesquisa. Essa condição exige a formação de um novo aparato laboratorial para sua execução, o que nem sempre é fácil no Brasil.
Não raramente, os departamentos de pesquisa das universidades apresentam infra-estrutura insuficiente para a realização d projetos totalmente inéditos, o que obriga pesquisadores a buscarem grandes subsídios, nem sempre disponíveis no setor privado ou nas próprias agências públicas de fomento. Esse foi, aliás, o motivo que levou a Fapesp a criar o Programa de Apoio a Jovens Pesquisadores. O objetivo é viabilizar o desenvolvimento estrutural das instituições de ensino.
Os projetos podem ser enviados à agência ao longo de todo o ano e de vem acompanhar um cronograma de execução e orçamento detalhado. Sua aprovação levará em conta a produção científica pregressa do solicitante. Todas as áreas do conhecimento são atendidas pelo programa.
Não há um limite de investimento pré-estabelecido durante o ano. Porém, o valor do apoio varia em relação ao projeto e às condições laboratoriais da universidade. Em conseqüência dessa regra, as pesquisas realizadas em instituições carentes de infra-estrutura podem receber fomento superior às universidades melhor estruturadas. Outra boa notícia é que o programa também promove a implementação de novos centros de pesquisa no estado.
A Fapesp informa que não há limite de idade para recorrer ao apoio; os candidatos podem solicitá-lo logo após a obtenção...