Notícia

Gazeta Mercantil

"JOVEM CIENTISTA" VAI PARA A EMBRAPA

Publicado em 10 junho 1996

Por POR DOCA DE OLIVEIRA DE BRASÍLIA
Eles passaram os últimos anos pensando em qualidade e produtividade aplicadas à agricultura. Pesquisaram novas soluções e metodologias, criaram inovações. Seu esforço foi reconhecido na 13a versão do prêmio Jovem Cientista, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A cerimônia de premiação está marcada para o próximo dia 20, no Palácio do Planalto, onde o presidente Fernando Henrique Cardoso distribuirá entre os sete ganhadores R$ 50 mil em prêmios. '"Para mim, esse prêmio é mais do que uma luz no fim do túnel, é uma porta escancarada", diz Dionara Borges Andreani, primeira colocada na categoria estudantes neste ano. Ela vai receber R$ 2,5 mil e uma bolsa de estudos, para cursar mestrado ou doutorado, na instituição de sua escolha, dentro ou fora do Brasil. "É um reconhecimento muito importante", concorda Fernando Hercos Valicente, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), titular do segundo lugar na categoria graduados. A Embrapa foi premiada na categoria mérito institucional e vai receber R$ 30 mil. Segundo os vencedores ouvidos por este jornal, o prêmio do CNPq é mais um estímulo para investir na carreira. Em seus 13 anos de estrada, o prêmio Jovem Cientista conta com o apoio do Grupo Gerdau e da Fundação Roberto Marinho. Mineira de Uberlândia, Dionara Borges tem 26 anos e prepara-se para colar grau no curso de agronomia da Universidade Federal de Uberlândia no final do próximo mês. É bolsista do1 CNPq há dois anos. Desde 1993 ela vem pesquisando o plantio direto no cerrado, tentando detectar que culturas melhor se adaptam à prática. "O plantio direto é a agricultura para o ano 2000". Fernando Valicente, 35 anos, passou os últimos anos literalmente batendo lagartas no liquidificador para chegar ao baculovírus, inimigo natural da lagarta do milho, praga capaz de reduzir a produção do cereal em 34%. Para isso, esse engenheiro agrônomo coletou uma amostra de 14 mil bichinhos. O baculovírus é produzido timidamente pela Embrapa. A estatal comercializa cerca de 200 doses mensais, por R$ 5,00 cada. Uma dose de baculovírus é feita de até 150 largatas, suficientes para sanear um hectare de plantação, diluída em no máximo 300 litros de água.