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José Pelúcio Ferreira, pioneiro no fomento à ciência e tecnologia (1 notícias)

Publicado em 29 de maio de 2024

Quem já teve a oportunidade de visitar a sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no charmoso bairro Quitandinha, em Petrópolis-RJ, talvez tenha notado no hall do saguão de entrada, uma placa com o nome "Edifício José Pelúcio Ferreira".

O prédio do LNCC recebeu o nome de uma figura central no desenvolvimento da pós-graduação em Ciência e Tecnologia no Brasil. Atuando no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), que posteriormente se tornou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista mineiro José Pelúcio Ferreira (1928-2002),desempenhou um papel singular na formulação e implementação de políticas que fomentaram o avanço da educação e pesquisa científica no país.

“José Pelúcio nos deixou cedo. Quem escolheu o nome de José Pelúcio foi o Israel Vargas, então Ministro da Ciência e Tecnologia. Uma justa homenagem. Pelúcio era uma pessoa de humor fino, leal ao trabalho e aos amigos, um companheiro muito querido. Foi um homem formidável. Ajudou muito ao LNCC com investimento à ciência. Foi o maior motor da pós-graduação no país. Recomendo ler o livro “José Pelúcio Ferreira e a pós-graduação no Brasil”, relata o primeiro diretor do LNCC, no período de 1980 a 2000, o pesquisador Antonio Cesar Olinto de Oliveira.

“Pelúcio foi uma figura excepcional, amigo. Trabalhamos juntos e ele apoiou o IMPA consideravelmente no período que estive na Direção”, palavras do pesquisador Lindolpho de Carvalho Dias, diretor do IMPA por mais de 20 anos, reforçando a representatividade de José Pelúcio Ferreira no fomento à ciência.

Um dos principais legados de Pelúcio Ferreira foi a criação e gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNTEC), essencial para o financiamento de programas de pós-graduação, proporcionando os recursos necessários para a formação de novos pesquisadores e a promoção de projetos inovadores. O FUNTEC ajudou a consolidar um sistema robusto de educação superior, incentivando a pesquisa e a inovação em diversas áreas do conhecimento. Isso teve um impacto duradouro no desenvolvimento econômico e tecnológico do país, contribuindo para que fosse possível competir em nível internacional em várias áreas científicas.

“A vocação de investir na infraestrutura científica veio um pouco mais tarde, com a criação, em 1969, do FNDCT, e a designação da Finep como gestora do fundo, em 1971. (...) Pelúcio Ferreira (...) assumiu a presidência da Finep em 1971. (...) Pelúcio levou para a Finep a experiência do Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec), composto por 2% do lucro do banco. Criado no início dos anos 1960, o Funtec canalizava recursos para a formação de pessoal de alto nível para as empresas e a projetos de desenvolvimento de universidades. O primeiro contrato do Funtec criou um curso de mestrado em engenharia química em 1963 e deu origem ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “(FAPESP on line, 2017)

José Pelúcio Ferreira foi reconhecido por sua visão estratégica e seu compromisso com o desenvolvimento científico e tecnológico, contribuindo para a criação de um ambiente propício à inovação e ao avanço científico nacional, o LNCC foi edificado com suas bases e presta esta homenagem como um gesto de apreço por seu importante legado.