O novo secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo. Jacques Marcovitch, assumiu ontem o lugar de André Franco Montoro Filho, que deixou o cargo para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados após sete anos no governo paulista. Entre as prioridades para os próximos meses, Marcovitch destacou o acompanhamento do Plano Plurianual (PPA), que termina em 2003; a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), também para o próximo ano e o orçamento de 2003. Pela primeira vez, a peça orçamentária será elaborada em plena vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Esta lei estabelece normas para reger as finanças públicas, assegurando o equilíbrio das contas estaduais.
Marcovitch, que esteve anteontem (04) com o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, destacou também que o trabalho da Secretaria de Planejamento, um processo aparentemente técnico, deverá se voltar para o desenvolvimento e a sinergia entre as várias secretarias estaduais. 'Discuti com o governador o futuro de São Paulo. Queremos criar uma rede, articulada pela Secretaria do Planejamento, de centros de políticas públicas', disse Marcovitch, citando como exemplo os centros financiados pela Fapesp e outros mantidos pelas universidades estaduais. 'Com essa rede, vamos ver quais são as prioridades das políticas públicas e unir os programas desenvolvidos pelas várias secretarias', afirmou.
De acordo com Marcovitch, como já ocorreu no orçamento de 2002, a área da social, com ênfase para a segurança pública, deve ser prioritária. Ele ressalta no entanto que a questão econômica não pode ser dissociada da social. "Hoje, o grande tema em São Paulo, no Brasil e no mundo é a segurança. Mas o lado econômico e o lado social são as duas faces de uma moeda. A geração de emprego é uma questão social mas significa atividade econômica, e instalação de empresa significa expansão de investimentos', argumentou o novo secretário.
Nessa linha, Marcovitch defende o incentivo aos pólos de desenvolvimentos brasileiros, as três universidades paulistas (USP, UNICAMP e UNESP) e também à Fundação de Amparo a Pesquisa. 'Vejo que o Brasil já avançou muito nessa área', disse Marcovitch, ao citar as regiões de Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto. "A questão é saber como o orçamento paulista pode ajudar a atrair mais centros de investimento, mais centros de inovação, de tecnologia, que tenham um cunho ao mesmo tempo econômico com repercussão social importante', afirmou.
Na avaliação de Marcovitch, São Paulo precisa saber como se situar na nova ordem mundial. 'O mundo está passando por profundas mudanças, os Estados Unidos acabam de optar por uma política, com revisão orçamentária de indução da economia por uma estratégia tradicional desse país que é a estratégia bélica; a União Européia vive a integração pela moeda, e a China está acordando. A questão é saber como São Paulo, nesse quadro de mudanças, pode atrair os interesses dos investidores que agora observam o Brasil como plataforma prioritária para toda a região latino-americana', disse o secretário.
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