De onde menos se espera podem vir descobertas extremamente úteis. A semente de jaca, por exemplo, possui uma proteína, a lectina KM+, com alto poder regenerativo para casos de queimaduras.
A pesquisa começou há alguns anos, quando a Imunologia estudava proteínas vegetais para auxiliar a proliferação de células de defesa. Junto a sementes de feijão e de trigo, a de jaca também era utilizada para este fim, até que estudos posteriores provaram que ela possuía propriedades a mais.
A médica Maria Cristina Roque Barreira, do Laboratório de Imunoquímica e Glicobiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, conta que a patente já foi feita em nome da Fapesp e da USP e que está encaminhado um acordo com a indústria farmacêutica para disponibilizar a pomada comercialmente.
O resultado é efetivo para a reconstrução do tecido danificado. "Quando a pele é queimada, parte do tecido é destruída e sobram algumas células normais. A lectina atua induzindo a proliferação das células saudáveis, que ocupam o lugar do tecido lesado.
Além disso, ela ainda promove a adesão destas células ao tecido", explica a pesquisadora. Outro ponto importante da pesquisa foi descobrir que a lectina KM+ pode ser "multiplicada" em laboratório, de forma que a industrialização da pomada não ficará dependente das plantações de jacas. O próximo passo sendo desenvolvido é a utilidade da mesma proteína para evitar cicatrizes pós-cirúrgicas.
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Correio da Paraíba online