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O Liberal (PA)

IZ desenvolve pesquisa com girassóis (1 notícias)

Publicado em 20 de dezembro de 2001

NOVA ODESSA - O Instituto de Zootecnia vai trabalhar por dois anos pesquisando girassóis. Para o projeto foi feita uma plantação em uma área de 10 hectares, ao lado da pista Luiz de Queiroz (SP-304). O trabalho está sendo financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e tem como objetivo o isolamento de fungos e a produção de micotoxinas, que afetam a saúde do animal e do homem. A plantação é de girassol forageiro e, paralelo a pesquisa, servirá para fazer silagem para alimentação de gado. A pesquisadora Cláudia Rodrigues Pozzi, que coordena os estudos, explicou que o plantio foi feito em setembro e que este tipo de plantação deve acontecer em período de água ou em intersafra, conhecida como safrinha. Os fungos, que produzem as micotoxinas, podem causar vários efeitos nos animais, dependendo da espécie. No caso dos bovinos, geralmente acontece queda de produção no leite, diminui a resistência, em situações mais graves provoca diargia. No homem, que tem uma ingestão menor, o efeito geralmente é de câncer no fígado. Os fungos estão na natureza, no solo, no ar e é veiculado. Eles invadem no momento em que a flor abre e vão na semente, contaminando o girassol. Cláudia, no processo de pesquisa, espera saber o momento em que o fungo invade e se produz a toxina na flor, no campo. O ponto chave da pesquisa 6 quando identificar este processo, com base no conteúdo de umidade de grãos. Medidas - Com estes dados os agricultores poderão tomar medidas para melhorar o manejo dos grãos. Uma das alternativas é aplicar fulgicidas, outra é mudar o momento da colheita. A questão da melhor hora é importante porque os fungos aparecem e são substituídos por outros diferentes e alguns não são toxigênicos. O crescimento do fungo está baseado na umidade, na água livre dentro do grão. A pesquisadora alertou que normalmente a toxina só é detectada quando o produto está armazenado. O primeiro ano de pesquisa será com o girassol no campo. O segundo com o grão armazenado. Nesta segunda etapa será feito um acompanhamento microbiota-fungica, que representa o isolamento de todos os fungos e detectar se produz as micotoxinas no armazém. "É um processo muito dinâmico, os fungos vão se adaptando de acordo com a umidade e mudando, some um e aparece outro". (Marineuza Lira - lira@oliberalnet.com.br)