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IZ avalia eficiência de ILP x monocultivos (1 notícias)

Publicado em 27 de outubro de 2017

O Instituto de Zootecnia (IZ) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo está desenvolvendo um amplo projeto de pesquisa, para analisar a produtividade, impactos e viabilidade dos sistemas integrados de lavoura pecuária (ILP) em relação aos sistemas de monocultivos.

O maior benefício para os produtores rurais está na diversificação de produtos – grãos, fibra, carne, leite, energia –, na maximização do uso do solo e na qualidade química, física e biológica do solo, no aumento da produtividade de alimento de origem animal e vegetal, na diminuição do impacto ambiental e em ter um sistema mais viável economicamente.

O projeto, denominado “Impacto ambiental, produtividade e viabilidade econômica de sistemas convencional ou integrado de lavoura pecuária”, está sendo desenvolvido no Centro Avançado de Pesquisa em Bovinos de Corte do IZ, unidade Sertãozinho, SP, sob a coordenação da pesquisadora Dra. Flávia Fernanda Simili. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Segundo a pesquisadora, o estudo analisa simultaneamente, os sistemas ILP e monocultivo de produção de milho grão e recria de bovinos de corte da raça Caracu em pastagem de capim-marandu, avaliando o desempenho animal e os efeitos na qualidade do solo, seu impacto ambiental e a viabilidade econômica dos sistemas.

A ILP é uma importante estratégia para aumentar a produção agropecuária, otimizando o uso de áreas agricultáveis, além de permitir o aproveitamento de tecnologias e promover melhorias das características do solo. “O conceito primordial de produção integrada é a utilização de resíduos de uma das culturas para que haja o incremento e benefício da outra cultura e, consequentemente, favorecendo ambas”.

No experimento, estão sendo avaliados os tratamentos: monocultivo de milho; monocultivo de capim-marandu; milho integrado com capim-marandu, semeados simultaneamente; milho integrado com capim-marandu, semeados simultaneamente com aplicação de nicosulfuron; milho integrado com capim-marandu semeado na adubação de cobertura do milho; milho integrado com capim-marandu semeado na linha e na entrelinha do milho, simultaneamente com aplicação de nicosulfuron.

A área experimental utilizada é de 18 hectares, sendo três hectares por tratamento, com avaliação por dois anos. Resultados parciais da pesquisa demonstraram que os tratamentos integrados não influenciaram a produção de milho grão, com média em torno de 12 toneladas/ha. E até o momento a pastagem de capim-marandu proveniente dos sistemas integrados foi muito bem estabelecida, com média de 8 UA/ha no verão e 2 UA/ha no inverno.

Para o Secretário da Agricultura, Arnaldo Jardim, o projeto vem fortalecer e incentivar o conceito da integração-lavoura-pecuária e seus benefícios ambientais, produtivos e econômicos. “Essa realidade aproxima a ciência da realidade dos produtores rurais do Estado de São Paulo”, destacou.

Para a condução da pesquisa, o projeto conta com a participação de quatro alunos de mestrado e um bolsista Fapesp: Gabriela Mendonça, mestranda da FMVZ/USP; Jeferson Garcia e Pedro Bonacim, mestrandos da PG-IZ; Leonardo Menegatto, bolsista Fapesp (TT3); e Nayane Maia, mestranda da FCAV/UNESP.

De acordo com a pesquisadora, para migrar de sistemas de monocultura e especializados para sistemas integrados, é necessário mão de obra capacitada, domínio de novas tecnologias e investimentos em infraestrutura, bem como capacidade gerencial e conhecimento de novos tipos de mercado, “Portanto, para convencer o produtor rural é preciso de resultados econômicos confiáveis, que mostre a ele que o risco do investimento inicial será compensado em um futuro próximo”.

"O projeto será finalizado em março de 2018 e assim teremos a oportunidade de divulgar qual será o sistema de produção e que proporcionará maiores benefícios aos produtores, de acordo com o que vem sendo estudado neste projeto", completou Simili.

Flávia conclui que os sistemas integrados permitem uma vasta combinação de tipos de produtos que serão gerados, como, por exemplo: soja, milho, sorgo, aveia, silagem, feno, carne e leite. E a combinação do tipo de Integração que será escolhido pelo produtor depende de diversos fatores, não só climáticos, mas econômicos, sociais e ambientais. Ela ressalta que “cada caso é um caso” e para se ter sucesso é preciso saber gerenciar todas essas variáveis.