Daniel Hershkowitz, ministro de Ciência e Tecnologia de Israel, esteve em Brasília na noite de ontem, depois de passar pela Fapesp, em São Paulo. O objetivo da visita é ampliar os acordos de cooperação tecnológica e intercâmbios de pesquisadores entre os dois países. Até agosto, será assinado um edital de cooperação para o financiamento de projetos a partir de US$ 500 mil para desenvolvimento conjunto de novas tecnologias nas áreas de TICs (tecnologias da informação e comunicação), ciências da vida (biotecnologia, equipamentos médicos e fármacos) e defesa (militar e civil).
Os projetos terão o financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da Finep e do Matimop, a agência de desenvolvimento de inovação de Israel, que mantém acordos semelhantes com Estados Unidos, China e países da União Europeia. “Temos um vasto horizonte e um grande interesse em ampliar ainda mais a parceria com um país que é exemplo de desenvolvimento econômico, tecnológico e social”, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, depois de se reunir com Hershkowitz na noite de ontem. Na Fapesp, a agência de financiamento de pesquisa do governo paulista, o ministro israelense foi recebido pelo presidente da instituição, Celso Lafer, e pelo diretor científico, Carlos Henrique de Brito Cruz. “Nós já mantemos colaboração científica com algumas instituições de pesquisa de Israel. O objetivo do encontro foi buscar maneiras de intensificar essas relações”, disse Brito Cruz.
Israel está entre os países que investem os maiores percentuais de seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento, e tem se destacado em áreas como a de ciências biológicas, em que possui mais de mil empresas que desenvolvem de produtos farmacêuticos a dispositivos médicos. O primeiro acordo internacional entre a Fapesp e Israel foi assinado no final de 2009, com a Universidade Hebraica de Jerusalém, que já tem cinco projetos de pesquisa aprovados nas áreas de saúde, economia, astronomia e linguística. Em outubro de 2011 foi assinado o segundo acordo, com a Universidade de Tel Aviv, ainda em fase de aprovação de projetos.
A maior parte da pesquisa em Israel é realizada, principalmente, em sete universidades, além de dezenas de instituições de pesquisa e empresas civis e militares. Nos últimos dez anos, o país teve quatro cientistas laureados com o prêmio Nobel de Química. O mais recente foi Daniel Shechtman, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), que recebeu o prêmio em 2011 pela descoberta dos quasicristais. O acordo com o Matimop foi negociado em maio, em Israel, pelo secretário de Inovação do MDIC, Nelson Fujimoto. Na ocasião o secretário teve sinalização positiva das universidades Hebraica de Jerusalém e de Tel Aviv, e do Instituto Israelense de Tecnologia ao consultá-los sobre a disposição de receber os universitários brasileiros sob o programa Ciência sem Fronteiras, que prevê a concessão de bolsas para 100 mil pesquisadores brasileiros estudarem em outros países. “Temos todo interesse em estar cada vez mais próximos do Brasil, uma potência emergente”, disse Hershkowitz.
Fonte: Mdic e Agência Fapesp