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IPT terá ‘Núcleo de Tecnologias Avançadas para Bem-Estar e Saúde' com foco em xenotransplantes (1 notícias)

Publicado em 05 de dezembro de 2022

Início das obras de núcleo de tecnologias avançadas do IPT: instalações incluirão um biotério de suínos para pesquisa em xenotransplantes

Embrapii, IPT

A contratação da empresa responsável pela construção no Instituto de Pesquisas Tecnológicas ( IPT ) do ‘Núcleo de Tecnologias Avançadas para Bem-Estar e Saúde Aplicados às Ciências da Vida' – o Nutabes – foi anunciada recentemente, no que é a segunda etapa do projeto ‘Sistematização do método de xenotransplante no Brasil', com foco na viabilização clínica da técnica.

A Biotec Solução Ambiental será a responsável pela construção do núcleo no campus do IPT, que terá no total uma estrutura de 1.650 metros quadrados com três pavimentos, nos quais serão instalados a pig facility (biotério de suínos), a área técnica e o laboratório multiusuário com estrutura flexível, totalmente customizável, para desenvolvimento de projetos disruptivos de Pesquisa e Desenvolvimento.

O núcleo terá como meta o desenvolvimento de projetos que visam à melhoria da qualidade de vida e o bem-estar da sociedade a partir de tecnologias inovadoras tendo como base a interconexão do tripé saúde humana, animal e ambiental . “A pandemia do novo coronavírus reforçou este conceito de visão integrada de saúde, que se refere a uma abordagem multidisciplinar considerando os três pilares como indissociáveis: qualquer alteração nestas relações provoca desequilíbrios e sérias consequências na saúde humana”, explicou a Dra. Helena Correa de Araújo Gomes , coordenadora do futuro núcleo do IPT.

Com uma estrutura de excelência, a primeira do tipo na América Latina, a pig facility do Nutabes será destinada para a criação de suínos geneticamente modificados livres de agentes patogênicos destinados aos estudos envolvendo xenotransplante – termo se refere ao transplante de um órgão, tecido ou células de um animal a outro de espécie distinta – e os suínos serão os doadores universais e poderão ser utilizados para transplantes de pele, coração, córneas, rins e outros órgãos.

Parceria

O projeto de sistematização do método de xenotransplante é uma parceria firmada entre a farmacêutica EMS , a Universidade de São Paulo ( USP ), a Fundação da Faculdade de Medicina ( FFM ) da USP e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ( FAPESP ), no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica ( PITE

Desde 2017, o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco, localizado no Instituto de Biociências da USP ( IB-USP ), e o Instituto do Coração ( InCor/FMUSP ) estão trabalhando na geração de embriões suínos geneticamente modificados visando aos transplantes interespécies, o que corresponde à primeira fase do projeto.

Os pesquisadores da USP (que compõem a startup XenoBrasil juntamente com a EMS), conseguiram alcançar resultados que os colocaram em posição pioneira para a geração dos primeiros leitões com potencial para xenotransplante na América Latina.

“Há muito tempo se sabe que os suínos têm os órgãos mais semelhantes aos dos seres humanos, mas transplantar simplesmente um órgão de um animal significaria a rejeição hiperaguda, que é a rejeição imediata”, explicou a Dra. Mayana Zatz , geneticista e coordenadora do projeto. O genoma do porco tem 98% de homologia (semelhança) com o genoma humano, afirmou ela, e isso permitiu identificar os genes dos suínos que causam rejeição no ser humano: “Conseguimos ‘silenciar' os três genes principais e a pesquisa deverá evoluir com a construção da pig facility “.

“É um projeto muito diferenciado: trata-se de uma parceria que vem ao encontro do que desejamos no IPT de redes potencializadoras, trabalhando em projetos mais complexos e unindo conhecimentos de saúde e engenharia para auxiliar a resolver um problema da humanidade”, afirmou a Dra. Liedi Bernucci , diretora-presidente do IPT. Para a Dra. Flavia Motta , diretora financeiro-administrativa do Instituto, esta é a oportunidade de participar de um grande projeto complexo e ampliar o seu conceito com as potencialidades do IPT neste ecossistema de inovação do país: “São forças que se juntam para entregar à sociedade produtos e serviços de grande valia”.

“A nova estrutura de produção de órgãos dentro do campus do IPT estará localizada a 35 minutos do Hospital do Rim, 25 minutos do Hospital Albert Einstein, 30 min do Hospital das Clínicas e 40 min do Hospital Sírio Libanês. Estes hospitais respondem juntos por cerca de 1.500 transplantes renais por ano no Brasil. Nosso objetivo é transformar a cidade de São Paulo na capital de xenotransplantes da América Latina”, concluiu o Dr. Ernesto Goulart , pesquisador da USP e fundador da startup Xenobrasil.

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Pesquisa Tecnológicas

Fonte: IPT. Imagem: Embrapii, IPT.

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