Em 2010, com R$ 19,8 bilhões, o total gasto em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em São Paulo atingiu 1,64% do PIB do Estado, maior percentual já registrado. Os dados estão em um Boletim de Indicadores publicado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. O Boletim, segundo de uma série, atualiza as informações constantes da edição 2010 dos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo, lançada em 2011 pela Fundação, e destaca o aumento dos investimentos privados na produção paulista de ciência e tecnologia, que chegaram a R$ 12,3 bilhões, equivalentes a 63% do total aplicado. O Boletim anterior atualizava dados sobre a partici pação das mulheres nos indicadores de C&T do Estado.
Em termos internacionais, o percentual global de investimentos feitos em São Paulo é superior ao realizado em países como Espanha, Itália e Rússia, e próximo aos índices apresentados por China e Canadá. Desse total, quando se consideram apenas os investimentos empresariais em P&D em São Paulo, o Estado supera o Canadá, ficando muito próximo dos dispêndios de mesma natureza realizados na China. São Paulo, entretanto, ainda apresenta uma média menor do que a do conjunto de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) neste tipo de investimento.
Contudo, os números expressivos denotam uma tendência, visto que, em 15 anos, os dispêndios empresariais com P&D no Estado aumentaram 61%. Quando avaliados os números dos investimentos estaduais em pesquisa e desenvolvimento, nota-se que os resultados são fortemente influenciados pelo dispêndio privado, que inclui, além das empresas, também as instituições privadas de ensino superior, estas últimas responsáveis por investimentos em P&D equivalentes a 0,03% do PIB paulista, ou R$ 359 milhões em 2010.
Embora o percentual de investimentos federais também tenha aumentado no Estado, passando de 0,20%, em 2008, para 0,23% do PIB paulista, em 2010 - ou 14% do total investido -, a participação federal no total de recursos direcionados para P&D em São Paulo permanece abaixo dos 23% de dispêndios estaduais públicos, e significativamente abaixo dos dispêndios privados, responsáveis por 63% do total investido em 2010.
Para estimar os investimentos privados em P&D, a FAPESP desenvolveu um método a partir de dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utilizando um conjunto de informações de 24 países no período de 1981 a 2008. Pela metodologia, os dados obtidos foram comparados com a formação bruta de capital fixo e os dispêndios em P&D feitos por empresas, o que permitiu estimar percentuais para São Paulo e o Brasil. A metodologia evita incongruências nos resultados ao estimar os valores anuais dos dispêndios feitos em P&D por empresas considerando os efeitos de aceleração e desaceleração da economia.