No final da década de 60, quando a unidade nordestina da Microlite, fabricante das pilhas Rayovac, se instalou em Jaboatão dos Guararapes, na Grande Recife, a empresa enfrentou dificuldades para conseguir mão-de-obra qualificada. Na época, o município era uma colônia de pescadores e agricultores. Por isso, o grupo foi obrigado a investir pesado no treinamento de pessoal.
Com o aumento da competitividade entre as empresas, a Microlite concluiu que só treinamento não bastava. Era preciso fazer novos investimentos para melhorar a instrução dos trabalhadores. Em 1991, em parceria com o Sesi, implantou um programa de educação integrada para alfabetizar parte dos mais de 600 funcionários de sua fábrica.
A retorno do investimento não demorou. O departamento de nutrição, por exemplo, constatou que o desperdício no restaurante da empresa, que era de 20%, caiu para 8% depois que os trabalhadores passaram a freqüentar a escola.
"Os resultados foram logo percebidos no uso correto dos equipamentos de produção, na redução do desperdício e no aumento da produtividade", disse o coordenador de seleção e treinamento de pessoal da Rayovac Nordeste, o psicólogo Carlos Antônio da Silva. Segundo ele, o fato de a empresa investir na educação foi também decisivo para a certificação ISO-9002, obtida pela Microlite em março do ano passado.
Hoje, a empresa possuiu uma escola instalada no "chão da fábrica", que oferece os cursos fundamental e médio a 225 trabalhadores. Ao todo, são 18 turmas de alunos que têm à sua disposição seis salas de aula equipadas com TV e videocassete. A empresa banca as despesas da escola e o material didático utilizado pelos alunos, um investimento médio mensal de R$ 9 mil. Em contrapartida, o Sesi colocou à disposição 15 professores. No final de julho, serão entregues os primeiros diplomas de conclusão do ensino médio a 38 alunos da escola. Quatro deles integraram a primeira turma de estudantes da Microlite, que foram alfabetizados na própria fábrica.
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Gazeta Mercantil