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Investimento para sua Startup

Publicado em 19 janeiro 2013

Por Cassio Spina

Para ter sucesso na obtenção de investimento para sua startup é fundamental entender as fontes de financiamento existentes e a aplicação de cada uma, de acordo com o estágio de seu negócio e sua necessidade, assim, apresentarei neste post e nos próximos as principais fontes de recursos e a aplicação de cada uma:

Normalmente toda startup começa pela identificação de uma oportunidade de mercado e uma proposta de solução para esta necessidade, a chamada ideia; para validá-la, o empreendedor deve elaborar um protótipo ou prova de conceito para testar tanto a viabilidade de sua execução quanto o potencial de interesse dos consumidores. Para custear esta primeira etapa existem várias linhas de financiamento, conforme o tipo de necessidade:

1- Linhas de financiamento / subvenção para P&D: Se o produto/serviço que for desenvolvido demandar pesquisa cientifica/tecnológica, existem linhas de crédito, bolsas e subvenção, estas duas últimas normalmente não reembolsáveis, isto é, os recursos recebidos não precisam ser pagos/devolvido, concedidas por agências governamentais de fomento a pesquisa, como as FAPEs (ex.: FAPESP, FAPERJ, FAPESC, etc.) e a Finep. Os valores destas linhas variam bastante, podendo ir desde R$ 50 mil até alguns R$ milhões, mas normalmente são restritos a setores pré-determinados e muitas vezes exigem uma contrapartida, que pode ser financeira ou não dependendo dos termos do edital. Como são recursos públicos, precisam ser licitados, assim normalmente o processo de obtenção é mais demorado, podendo levar 6 meses ou mais.

2 – Os chamados 3Fs (“FFF”), como são designados os Founders, Family and Friends ou também conhecidos como Family, Friends and Fools que, traduzidos literalmente, seriam “Fundadores, Família e Amigos” ou “Amigos, Família e Tolos”. Este último termo é uma forma jocosa de indicar aqueles que na realidade estão investindo mais pela relação pessoal com o empreendedor do que pelo negócio em si, sem praticamente fazer qualquer avaliação do mesmo ou das próprias competências dele. É praticamente uma ajuda pessoal, sendo também conhecido como Love Money. Este capital tem como característica predominante ser investimentos de baixo valor (entre R$ 5 mil a R$ 50 mil) e com pouco valor agregado, isto é, os FFF “dão” o dinheiro, mas o empreendedor precisa trabalhar sozinho para realizar; por outro lado, tem baixa demanda por prestação de contas e mesmo pelo retorno do investimento (normalmente, se o empreendedor consegue retornar o principal, estes investidores já se dão por satisfeitos, mas isto não significa que, se o negócio for um sucesso, se deva só retornar isso!). Devido a seu baixo nível de exigência, são normalmente rápidos na tomada de decisão, podendo ser tomada até na mesma hora em que é apresentado ao “F”, bem como do ponto de vista legal, muitos nem se preocupam em fazer contratos, ficando apenas “de boca”. Aqui cabe uma dica para o empreendedor que desejar captar mais recursos no futuro: efetive um contrato, mesmo que simples, pois o próximo investidor irá exigir que isto esteja documentado;. Outro detalhe importante a observar é que se o acordo for efetivado como um empréstimo, deve-se combinar que o pagamento será efetivado exclusivamente com os lucros futuros da empresa e não com eventual recebimento de aporte adicional, pois dificilmente algum investidor-anjo irá aceitar que o seu capital seja utilizado para quitar dividas anteriores, em especial de familiares.