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Diário Económico (Moçambique)

Investigadores Criam Esponja Biodegradável Para Tratamento de Candidíase (69 notícias)

Publicado em 17 de janeiro de 2024

Uma equipa de investigadores da Universidade do Porto (UP), em Portugal, e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no Brasil, desenvolveu uma esponja biodegradável capaz de libertar medicamentos lentamente no organismo e que pode tornar mais confortável e eficaz o tratamento da candidíase vaginal.

Causada por fungos, a candidíase provoca sintomas incómodos, como ardor, inchaço, vermelhidão e corrimento vaginal branco e espesso. Apesar de ser uma condição, em geral, pouco grave, pode eventualmente tornar-se grave, atingindo outros órgãos.

O tratamento convencional contra a doença é feito com antifúngicos presentes em pomadas e supositórios vaginais que, além das dificuldades da sua aplicação, podem perder eficácia por não agirem constantemente contra os fungos.

“Desenvolvemos uma esponja que alia o conforto de um material macio e de simples aplicação à eficácia dos medicamentos disponíveis”, explicou Fiama Martins, investigadora do Departamento de Química da UFSCar e primeira autora do estudo.

A esponja liberta os medicamentos, gradualmente, na vagina, graças à sua estrutura porosa que permite absorver grandes quantidades do antifúngico clotrimazol, doseado dependendo da temperatura e do pH vaginal.

Feita de materiais biocompatíveis com as células do trato vaginal, a esponja, em contacto com os fluidos da região, transforma-se num gel que se desfaz. Dessa forma, não existe necessidade de remoção do material após o tratamento, como ocorre com outros dispositivos.

“O estudo mostra que, ao criar novos dispositivos com propriedades biofarmacêuticas aprimoradas, podemos melhorar a aceitabilidade do tratamento pelo paciente, aspecto fundamental para a saúde pública”, destacou o professor, Emerson Rodrigues de Camargo do Departamento de Química da UFSCar.

De acordo com o portal Zap Aeiou, os estudos divulgados mostraram que a esponja tem actividade antifúngica contra seis estirpes diferentes de Candida e liberta os medicamentos em quatro horas.

Além de iniciar os testes clínicos, os responsáveis pelo projecto também pretendem testar a esponja associada a outros tipos de medicamentos, como anti-inflamatórios e cicatrizantes.

Os resultados bem-sucedidos da inovação em testes laboratoriais com células do trato vaginal foram destacados num artigo publicado na última edição da revista científica International Journal of Pharmaceutics.