A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) concretizou, em junho, a transferência de um produto, desenvolvido com o apoio do Projeto Inventiva, para a indústria: suspensão compacta para veículos de pequeno porte.
Segundo o pesquisador Revelson de Souza, a suspensão reúne, em um só eixo, o sistema de mola e o amortecedor radial, que tem por finalidade amortecer movimentos de rotação de um eixo em sentido horário e anti-horário. "As vantagens do invento sobre os atuais sistemas são muitas: ganho de espaço, desempenho, performance, e ainda proporcionar mais estabilidade." A invenção em breve poderá ser encontrada no mercado.
Com a assinatura da transferência, a empresa EMX, desenvolvedora de tecnologia para o segmento automotivo, concretiza o acordo com a Lem Motor do Brasil, fabricante de motocicletas que pretende investir em um novo modelo de veículos leves utilizando a suspensão compacta. "Estamos desenvolvendo a adaptação mecânica dos protótipos. Em seguida, começaremos a produção", explica Luiz Sérgio Pinto, diretor de operações da EMX.
Projeto - Com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), Instituto Euvaldo Lodi (Iel) e o Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG), o Projeto Inventiva, lançado em 2007, beneficia inventores independentes e microempresas.
Na primeira fase do projeto, concluída em 2008, cada parceiro contribuiu com o montante de R$ 50 mil, somando R$ 200 mil, distribuídos entre as propostas aprovadas que, seguindo as regras, não podem ultrapassar R$ 30 mil cada. Foram aprovadas oito propostas, somando mais de R$ 184 mil em recursos. Desta vez, o valor destinando ao conjunto de propostas dobrou: serão R$ 500 mil ao todo.
"O inventiva visa, principalmente, facilitar o caminho para a transferência de tecnologia, uma vez que a construção do protótipo pode ser considerada a fase em que o produto está no meio do caminho entre a proteção intelectual e a transferência de tecnologia", afirma o gerente de Propriedade Intelectual da Fapemig, Ediney Neto Chagas.
Segundo o presidente da Fapemig, Mario Neto Borges, o Inventiva preencheu uma lacuna, pois, até seu lançamento, não havia na instituição uma linha para apoiar a construção de protótipos. "Isso mostra o que Minas Gerais tem feito no sentido de juntar esforços de seus mecanismos e agentes, sintonizados na proposta de tornar o estado competitivo nos cenários nacional e internacional, prova disto é a suspensão compacta, primeiro produto a ser tranferido para a indústria."
Em 2009, foram inscritos 23 projetos, dos quais seis foram aprovados. O apoio à inovação tecnológica é uma das metas do governo estadual e, conseqüentemente, da Fapemig. Diversas ações foram lançadas pela Fundação com o objetivo de estimular a criatividade, promover parcerias entra a academia e o setor produtivo e criar condições para o desenvolvimento de novos produtos e processos. O projeto Inventiva é uma dessas iniciativas.
Fapemig aumenta número de bolsas
Reportagem Local.
Em 2009, o número de bolsas oferecidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) será maior que o do ano passado. As cotas do Programa de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica Institucional (Pibic), para alunos da graduação, e do Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (Bic Jr), destinada a alunos do ensino fundamental e fruto de uma parceria com o CNPq, cresceram 17% e 30%, respectivamente. Ao todo, serão distribuídas 2,929 mil bolsas do Pibic e 1,068 mil do BIC Jr. Juntas, elas correspondem a um investimento aproximado de R$ 11,8 milhões.
Em dezembro, foi enviada correspondência a todas as instituições beneficiadas informando o número de bolsas concedidas. Elas têm duração de um ano, compreendendo o período de março de 2009 a fevereiro de 2010. Ao todo, 65 instituições foram beneficiadas com bolsas do Pibic e 34 com bolsas BIC Jr.
O presidente da Fapemig, Mario Neto Borges, chama atenção para a variedade de contemplados. "O programa cobre todo o Estado, e não apenas instituições consolidadas, contribuindo para a educação e o despertar de talentos", diz. Entre os beneficiados estão, por exemplo, os Cefets de Januária e Bambuí e o Instituto Cultural Inhotim.
Borges lembra, ainda, que as cotas referentes a 2008, com término previsto para fevereiro, já foram pagas às instituições. "A formação de pesquisadores e sua fixação em Minas Gerais são duas prioridades para a Fapemig, daí o investimento crescente nessa área", justifica o presidente.
A bolsa de estudos tem um papel estratégico. Ela desperta o interesse pela ciência e subsidia a formação de pesquisadores que, no futuro, irão contribuir para a realização de pesquisas que gerem produtos e desenvolvimento sócio-econômico para o Estado e o país.
Esse incentivo dá resultados. Júlia Soares Parreiras, ex-bolsista de Iniciação Cientifíca Júnior da Fapemig, ficou em primeiro lugar no prêmio Jovem Cientista 2008. Ela venceu na categoria Ensino Médio, com o projeto "Educação para prevenção: uma alternativa para melhoria da qualidade da água e das condições sanitárias de comunidades carentes", que desenvolveu como estudante do ensino médio do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). Estudante de Psicologia na Universidade Federal de Minas Gerais, ela recebeu da Fapemig uma bolsa de iniciação científica para a continuidade de seus estudos na graduação.
Etanol
Dois projetos foram aprovados na primeira etapa do edital conjunto das Fapemig e da Fapesp. As duas maiores FAPs do país uniram forças para incentivar pesquisas na área de bionergia, mais especificamente relacionados ao etanol, incluindo fontes, processos de produção, novas tecnologias e certificação. Juntas, elas receberão cerca de R$ 679 mil.