Da Agência FAPESP
Nos próximos meses, um invento desenvolvido no Brasil poderá contribuir para reduzir as emissões de ozônio e material particulado, que segundo especialistas, são os poluentes mais nocivos à saúde humana.
A tecnologia, desenvolvida pelo engenheiro paulista Sergio Varkala Sangiovani, pretende barrar, logo após a emissão feita pelos motores de ônibus e caminhões, as chamadas partículas inaláveis finas, que medem menos de 2,5 micrômetros (milionésima parte do metro) de diâmetro.
O dispositivo funciona apenas para o diesel e também está regulado para aceitar a alta quantidade de enxofre que existe no combustível produzido no Brasil. O tipo de composição química do diesel costuma inviabilizar a eficiência dos catalisadores convencionais.
Após realizar boa parte das pesquisas por conta própria, Sangiovani conseguiu recursos no exterior para viabilizar a invenção. Com a chegada do capital, foi instituída a Sabertec, empresa sediada no Texas, nos Estados Unidos, que comercializará o futuro produto no Brasil. A linha de produção, terceirizada, deverá funcionar em Diadema, onde o filtro foi testado em 2005 e depois doado à prefeitura local.
A redução na emissão de partículas inaláveis finas teria chegado aos 40% nos testes feitos até agora, disse Sangiovani à Agência FAPESP.
Segundo Paulo Alfonso de André, pesquisador do LPAE, um dos principais grupos do mundo na investigação da poluição urbana e de seu impacto no homem, não existem dúvidas de que o diesel é uma das fontes mais importantes da poluição atmosférica em uma grande cidade. Segundo ele informou à Agência FAPESP, se houvesse um índice de toxicidade de combustíveis - que deverá ser apresentado pelo mesmo grupo em breve - o diesel apareceria na frente da gasolina e do álcool.