Notícia

Diário de Pernambuco

Internet na geladeira

Publicado em 18 junho 2003

Uma espécie de limbo. Esse é o lugar onde a internet brasileira se encontra atualmente. Na verdade, isso acontece desde o dia 25 de maio, quando acabou o mandato interino dos conselheiros e foi entregue o relatório com propostas para a gestão do Comitê Gestor, órgão responsável pela registro do domínio .br e pela manutenção dos servidores que possibilitam que o serviço esteja no ar. "É a primeira vez, desde a criação do Comitê, que fica sem alguém nomeado, responsável pela internet", lamenta Raphael Mandarino, um dos conselheiros com o mandato expirado. O relatório entregue ao Governo Federal foi aprovado pelos conselheiros, mas não por unanimidade. Uma das propostas é referente à participação de representantes das instituições ligadas à internet: aumentar de 17 para 19 o número de conselheiros. Sendo que neste total não está prevista a representação do usuário pessoa física. Serão oito participantes indicados pelo Governo Federal (incluindo um especialista em redes), um pelos governos estaduais, quatro representantes do setor empresarial, três do terceiro setor e três da comunidade científica. "Mais uma vez, o usuário só será chamado para pagar a conta", critica Mandarino, que foi contra o modelo aprovado. Outra questão polêmica é a administração dos recursos financeiros do Comitê Gestor, que hoje é feita pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Mas o relatório não possui nenhum item referente ao assunto. "Nós não tínhamos essa outorga. Essa será uma decisão do Governo Federal. Acho um absurdo que o CG não administre seus próprios recursos", comenta Mandarino. Para ele, o dinheiro deve ser administrado pelo Comitê ou por algum órgão federal. O Comitê tem R$ 64 milhões em caixa que estão sob o controle da Fapesp. Até agora, sabe-se apenas que foi criado um grupo de estudo para o problema.