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Gazeta Mercantil

Internet 2 vai ligar comunidade acadêmica paulista (1 notícias)

Publicado em 17 de dezembro de 1999

Por Laura Knapp - de São Paulo
A comunidade acadêmica paulista já entrou numa nova era, pelo menos no que diz respeito à internet. Ontem foi inaugurada oficialmente a Rede Metropolitana de Alta Velocidade de São Paulo (RMAV-SP), de Campinas (REMET) e a segunda fase da Advanced ANSP, ou Rede Acadêmica de São Paulo. Elas formam a base da Internet 2, ligação entre instituições e universidades com capacidade para transmitir dados, voz e imagens a uma velocidade cerca de 100 vezes superior à tradicional. Quando na rede normal a informação trafega no máximo a dois megabits por segundo (Mbps), na nova os dados correm a cerca de 155 Mbps. Mas a característica mais importante da Internet 2 é a confiabilidade da entrega dos serviços, diz Hartmut Richard Glaser, coordenador da Advanced ANSP e assistente da presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), responsável pela implantação da internet 2. "Há uma diferença conceitual", diz ele. Na rede número 2 existe a possibilidade de se reservar uma banda para serviços especiais, com qualidade garantida pelo provedor. É a diferença que há entre o serviço normal do correio, onde o carteiro está sujeito a intempéries ou mordida de cães, que podem atrasar a entrega da carta, e a entrega rápida, tipo Sedex, exemplifica Glaser. Por enquanto, apenas São Paulo e Campinas estão conectadas à Internet 2. Mas entre janeiro e meados do próximo ano, outras nove cidades devem se juntar à rede. Foram investidos R$ 3 milhões na RMAV-SP, e outros R$ 2 milhões na REMET. A maior parte dos recursos foi bancada pelo CNPq - órgão federal de incentivo à pesquisa científica -, principalmente a compra de equipamentos, e também pelas universidades e consorciados, que liberaram seus pesquisadores para trabalhar na implantação da rede. Várias empresas privadas também patrocinam a Internet 2, principalmente a ampliação da ANSP, a um custo de R$ 5 milhões. A Rede Acadêmica existe desde 1990, e é formada por 100 entidades científicas no Estado de São Paulo. Ela é gerenciada pela Fapesp, que provê o acesso delas à Web mundial. "Com a Internet 2, vamos ter um grande anel interligando essas entidades, como está sendo feito agora com São Paulo e Campinas", diz Glaser. Num primeiro momento, o principal uso da Internet 2 será feito em tele-educação. Em fevereiro, alunos da Unicamp e da USP começarão a compartilhar as mesmas aulas. "É uma aplicação menos crítica do que uma tomografia", diz Glaser, onde uma pequena falha no fluxo da informação pode ter sérias conseqüências. Mais tarde, a rede deve ser utilizada, além da telemedicina, também para gerenciamento e segurança.