Na última terça-feira, dia 12, a INTERFARMA e o Brazil Institute do Wilson Center realizaram, na Câmara dos Deputados, cerimônia de lançamento do livro Novos caminhos da inovação para o Brasil, que contou com a presença de Rodrigo Maia, presidente da Casa. Em seu discurso, Maia destacou que reconhece que o ambiente para a inovação no Brasil não é favorável, mas o País tem muito potencial e que, portanto, iniciativas como esta são muito importantes.
A autora da obra, a economista Fernanda De Negri, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), fez uma breve apresentação do livro e enfatizou que “o Brasil tem muito a melhorar em inovação, mas esse fato também pode ser interpretado como uma vantagem, pois significa que podemos melhorar muito.”
“O objetivo é propor uma agenda positiva para a inovação no Brasil e este momento é o ideal, pois estamos em ano de eleições, quando escolhemos os novos dirigentes do País”, detalha Pedro Bernardo, presidente-executivo da INTERFARMA.
A cerimônia também contou com as presenças da senadora Ana Amélia (PP/RS) e dos deputados Walter Ihoshi (PSD/SP), Alan Rick (DEM/AC), Helder Salomão (PT/ES) e Osmar Serraglio (PP/PR). A realização do evento contou com a colaboração da deputada Mariana Carvalho (PSDB/RO), 2a Secretária da Mesa Diretora, da Câmara dos Deputados e da diretora da INTERFARMA, Tatiane Schofield.
O evento oficial de lançamento do livro ocorreu no dia anterior, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), seguido de debate com renomados pesquisadores e experts sobre o tema como o presidente, o diretor-presidente e o diretor-científico da FAPESP, José Goldemberg, Carlos Américo Pacheco e Carlos Henrique de Brito Cruz, respectivamente.
Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center foi o mediador do debate e a INTERFARMA foi representada pelo diretor Octávio Nunes. O lançamento na capital paulista contou com uma plateia de quase 100 pessoas.
Seguindo o mesmo formato do evento em São Paulo, o projeto se encerrou na última quarta-feira, dia 13, no Rio de Janeiro, na Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (FINEP) e contou com a participação do presidente da FINEP, Marcos Cintra e do Pedro Bernardo, presidente-executivo da INTERFARMA.
De acordo com Fernanda de Negri, autora do livro, “o Brasil é um dos países mais fechados do mundo o que limita a competição e o acesso às tecnologias”. Além disso, o risco maior para o investidor é muito maior e o custo do capital também é algo elevado.
Na mesma linha, Pedro comentou sobre as dificuldades de se produzir pesquisas no Brasil, especialmente na área de saúde. Citou como exemplo, os entraves para a produção de estudos clínicos no País, que demoram cerca de um ano para terem a aprovação do protocolo de pesquisa enquanto no resto mundo, a média é de quatro meses. Pedro acrescentou ainda que a situação se agrava quando se olha para outro obstáculo imposto pelo sistema regulatório: “a pesquisa no Brasil é tributada e mesmo que já se tenha feito um enorme esforço para destravar essa barreira, o governo não se sensibiliza. De acordo com o governo, nunca é o momento de desonerar o imposto sobre pesquisa no Brasil nem sobre medicamentos.”