Além dos investimentos diretos, o governo francês também oferece hoje vagas para cerca de 1.500 estudantes brasileiros em suas universidades. Na maioria dos casos, esses estudantes são mantidos com bolsas do CNPq ou Capes, que fazem a seleção dos candidatos.
A embaixada considera esse sistema de financiamento muito eficiente, já que é o próprio governo brasileiro o encarregado de escolher os alunos beneficiados. A vantagem adicional é que a seleção perde o caráter paternalista, que muitos poderiam atribuir ao processo, se fosse o próprio governo francês a definir as áreas de estudo prioritárias.
Na área cultural, o embaixador Lacourtier tem um objetivo claro: fortalecer o ensino do francês no Brasil. Para conseguir isso, ele pretende trabalhar pela reintrodução da obrigatoriedade da matéria nos colégios públicos. O embaixador até já iniciou contatos com o Ministério da Educação nesse sentido. "É importante que o aprendizado de uma segunda língua comece cedo"", defende o embaixador.
Dentro dessa estratégia, a extinção da prova de francês no concurso de admissão do Rio Branco esse ano não agradou ao embaixador. Para Lecourtier, o fim da exigência não se justifica. Primeiro, porque, na sua opinião, o francês ainda é uma referência cultural, importante para os negócios e também para os estudos. Segundo porque, por ser uma língua muito parecida com o português, é facilmente assimilada pelos brasileiros.
"Acho que a formação dos diplomatas brasileiros vai ficar enfraquecida afirmou o embaixador. Segundo ele, a embaixada está tentando convencer - o Itamaraty a reintroduzir a obrigatoriedade da língua e espera conseguir isso antes do concurso do ano que vem.
Notícia
Gazeta Mercantil