O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) quer testar processo de gaseificação de biomassa com a construção de uma planta piloto que deve entrar em operação até 2016. A gaseificação é um processo que transforma combustíveis sólidos em gasosos por meio de reações termoquímicas. O projeto do instituto é gaseificar o bagaço da cana para gerar combustíveis, energia elétrica e até mesmo biopolímeros.
O IPT está próximo de obter os recursos necessários para a construção de uma planta piloto em Piracicaba, no interior de São Paulo. O projeto foi apresentado a especialistas pelo presidente do instituto, Fernando Landgraf, durante o Simpósio de Gaseificação de Biomassa, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O projeto do IPT é o maior do gênero no Brasil. Segundo Landgraf, a planta piloto terá capacidade de processar 400 mil toneladas anuais de bagaço e palha de cana. "As plantas piloto são difíceis de construir e ainda mais difíceis de operar. Os casos de fracassos se acumulam. Mesmo assim, achamos que o risco é válido, porque o potencial brasileiro de aumento da produção de cana-de-açúcar é tão grande que precisamos investir seriamente em diversas opções bioquímicas e petroquímicas", explicou Landgraf à Agência FAPESP.
Segundo Landgraf, o IPT está fechando o financiamento para a planta piloto, que terá financiamento de cerca de R$ 30 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 30 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), R$ 10 milhões de parceiros industriais e R$10 milhões do IPT e do governo paulista.
"A FAPESP manifestou interesse em financiar projetos científicos que apoiem o desenvolvimento da planta piloto e outros projetos satélites ligados ao Programa Bioen", diz Landgraf.
Leilão de energia elétrica movimenta R$ 6,5 bilhões em leilões
Preços ofertados ficaram em média 26,38% abaixo do teto do pregão
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Em leilão promovido nesta sexta-feira (14) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Ministério de Minas e Energia, foram negociados R$ 6,57 bilhões em contratos de energia.
Serão 22 empreendimentos de nove estados, que deverão investir R$ 2,95 bilhões. Foram contratados 176,8 megawatts (MW) de energia ao preço médio de R$ 237,48 por megawatt-hora (MWh), que devem começar a ser fornecidos em 2027. O leilão foi operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em São Paulo.
A hidrelétrica foi a fonte com maior número de empreendimentos contratados, 12, dos quais nove são pequenas centrais. As usinas estão situadas nos estados de Santa Catarina, de Goiás, do Paraná e de Mato Grosso.
Foram contratados também quatro empreendimentos de energia solar em Minas Gerais e na Paraíba. Bahia e Rio Grande do Norte terão três projetos de energia eólica. A biomassa de cana-de-açúcar será responsável pela geração de eletricidade em duas usinas em Goiás. E São Paulo vai ter um empreendimento que fornecerá energia a partir de lixo urbano.
Os preços ofertados ficaram, em média, 26,38% abaixo do teto do leilão. O maior deságio foi das usinas de biomassa, que ofereceram preços 40% menores do que o teto. As usinas solares foram contratadas por valores 38,78% abaixo do preço máximo.
A energia eólica foi negociada por valores 26,9% menores do que o inicial. As hidrelétricas ofereceram preço 20,46% abaixo do teto. A usina a partir de resíduos sólidos urbanos fechou contrato com preço praticamente igual ao máximo, com deságio de apenas 0,01%.
Do total contratado, 87,3 megawatts são de hidrelétricas; 51,8 MW de fontes solares; 23,5 MW de usinas eólicas; 13 MW de biomassa e 1,2 MW de geração a partir de resíduos sólidos.
SEM CRISE
Importações de fertilizantes ultrapassam 1 milhão de toneladas em MS e crescem 6,3% até setembro
Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), pertencente ao Ministério da Economia
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O agronegócio de Mato Grosso do Sul importou – entre janeiro e setembro deste ano – 1,08 milhão de toneladas de fertilizantes. Este número é 6,3% superior ao quantitativo do mesmo período referente ao ano anterior, que foi de 1,01 milhão de toneladas.
Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), pertencente ao Ministério da Economia. Para Renata Farias, economista da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), o Estado importou uma grande quantidade em 2022, devido aumento estimado de área e produção na soja e no milho.
No caso da soja, a área plantada foi de 3,8 milhões de hectares, registrando crescimento de 2,5%. A estimativa é de uma produção de 12,3 milhões de toneladas. Já o milho teve área plantada de 1,9 milhão de hectares e gerou a segunda maior produção da história, com 11,2 milhões de toneladas.
Em nível nacional, segundo estatísticas da Secex, no acumulado até o mês de setembro, o volume de importação de fertilizantes foi de 30,47 milhões de toneladas. Este volume é 4,7% superior ao número do ano anterior, que foi de 29,11 milhões de toneladas. O Canadá aproveitou bem a guerra no leste europeu e supriu a lacuna deixada pelos países em guerra.
Nos dois casos, o de Mato Grosso do Sul e o do Brasil em geral, os números mostram que a guerra entre Rússia e Ucrânia não afetaram as importações feitas pelo Brasil. O relatório Radar Agro do Banco Itaú mostra – ainda – que o volume de importação de fertilizantes atingiu o total de 27,9 milhões de toneladas, ou seja, 3,8% acima do acumulado do mesmo período de 2021.
De acordo com o Radar Agro do Banco Itaú, como as indústrias adiantaram as compras a partir do início do conflito entre Rússia e Ucrânia e os produtos chegaram dentro da normalidade, a quantidade mensal importada foi maior nos meses de abril a julho, comparada com o mesmo período de 2021.
Com isso, segundo o relatório, a disponibilidade dos fertilizantes nos portos aumentou e os volumes negociados diminuíram nos meses subsequentes - no caso, agosto e setembro -, principalmente porque foram registradas chegadas em níveis menores se comparadas com as importações referentes aos mesmos meses de 2021.
O Radar Agro do Banco Itaú aponta, também, que a estratégia de antecipação das compras somada à diminuição da demanda interna podem ter contribuído para o aumento dos estoques dos produtos nos portos. As cotações internacionais dos produtos registraram máximas próximas das históricas nos meses de março e abril desse ano, o que contribuiu para o atraso das compras por parte do mercado interno, mesmo num cenário de alto fluxo de chegada dos produtos.
Nos últimos meses, os preços das principais matérias-primas retornaram aos níveis pré-guerra. Entretanto, ainda seguem acima da média histórica, fator que prejudica a retomada da demanda. Desse modo, a projeção da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) projeta uma queda de 5% a 7% nas entregas domésticas do produto - fator que pode causar um estoque de passagem maior para o Brasil em relação ao que se esperava no início do ano.