Uma pesquisa inédita desenvolvida por pesquisadores do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) e da empresa Kosmoscience criou uma nova metodologia que permite avaliar o nível de proteção de xampus, condicionadores e outros produtos capilares contra os raios ultravioleta emitidos pelo sol. O trabalho recebeu um prêmio de R$ 2 mil durante o 21º Congresso Brasileiro de Cosmetologia, realizado em São Paulo, por ter sido considerado a maior inovação do setor em 2007.
Adriano S. Pinheiro, da Kosmoscience, afirma que, por seu potencial de aplicação, o trabalho teve a parceria das indústrias cosméticas brasileiras líderes de mercado. "O fator de proteção capilar traz um novo conceito que orienta o consumidor na hora da compra e diferencia os produtos. A indústria cosmética agora tem à disposição uma ferramenta científica para comprovar a eficiência dos seus produtos e demonstrar seus benefícios ao consumidor".
Élson Longo, professor do Instituto de Química (IQ) da UNESP no câmpus de Araraquara e diretor do CMDMC acrescenta que "essa metodologia agrega valor aos produtos cosméticos e constitui uma referência para o consumidor, que poderá diferenciar o fator de proteção capilar entre as várias opções oferecidas no mercado".
A fotodegradação da melanina capilar (aminoácido responsável pela coloração dos cabelos) foi examinada por meio da técnica de espectroscopia baseada na excitação e emissão de radiação eletromagnética na faixa de comprimento de ondas curtas. Foram utilizadas nesse estudo fibras capilares caucasianas (isto é, relacionadas à maior divisão étnica da espécie humana, que inclui indivíduos nativos da Europa, norte da África, sudoeste da Ásia e subcontinente indiano). "A pesquisa foi desenvolvida com o emprego das técnicas mais sofisticadas existentes nos laboratórios de nossas universidades", ressalta Longo.
A metodologia envolveu três anos de esforços da equipe formada pelos pesquisadores Lívia Maria Marcati, Manuela Sutton Mello, José A. Agnelli e Valéria M. Longo, da UFSCar; Douglas Terci e Diogo Terci, da Kosmoscience, além de Élson Longo, diretor do CDMC e José Arana Varela, pró-reitor de Pesquisa da UNESP.
O CMDMC, que reúne pesquisadores do IQ e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), é um dos Cepids (Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão) criados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A Kosmoscience é uma empresa spin off - ou seja, que utiliza e difunde o conhecimento gerado nos laboratórios universitários - ligada a esse Centro.
Fonte: Unesp