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Instituto Butantan:vacina contra dengue

Publicado em 13 junho 2018

Instituto Butantan obtém patente junto ao United States Patent and Trademark Office (Uspto), órgão responsável pela regulamentação de patentes nos EUA. Segundo informação da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a aprovação permite exportação da tecnologia para o hemisfério norte.

O processo de produção da vacina contra a dengue está indo para a terceira fase, nesta etapa são realizados testes em humanos, e na sequência deve ser feito o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quando o produto deve ficar disponível à população. O projeto começou em 2010 e com investimento de R$ 224 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Vacina Dengue Butantan é o resultado do tipo de ciência transdisciplinar produzido no Instituto, que graças às parcerias fundamentais com o NIH (National Institutes of Health), o Instituto Adolfo Lutz, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) – Instituto Central e Instituto da Criança, e o fomento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolve a pesquisa da vacina dengue e agora inicia a fase III de ensaios clínicos, que, a se confirmar os resultados extremamente positivos das fases anteriores, será uma contribuição de grande vulto para a saúde pública.

A vacina avança agora para os testes necessários para a aplicação e produção em larga escala. Em breve teremos os resultados definitivos. No momento, o Butantan se prepara para os testes em todo o território nacional, contando com a participação decisiva de milhares de voluntários empenhados na vitória da Vacina Dengue Butantan. Um rigoroso processo precisa ser seguido para que uma vacina possa ser disponibilizada. Antes de ser oferecida à população, a vacina é estudada em modelos animais (estudos pré-clínicos). Em seguida, ela precisa ser estudada em humanos (estudos clínicos).

Na fase I, o objetivo é demonstrar que a vacina está apta a ser utilizada em humanos. Em seguida, na fase II, observa-se a capacidade da vacina em estimular o sistema imunológico para a produção de anticorpos. Por fim, na fase III, busca-se a comprovação de que a pessoa vacinada está protegida contra a infecção. Na primeira, uma pequena produção de vacina com os 4 vírus atenuados foi feita nos EUA para avaliar sua segurança nas pessoas. Uma vez demonstrada a segurança, esses vírus foram encaminhados ao Instituto Butantan para o aprimoramento e produção da vacina e posterior realização dos estudos clínicos. Logo depois, ao receber os vírus da vacina, o Butantan desenvolveu uma técnica para que ela durasse mais de um ano e pudesse ser usada como qualquer outra vacina. Finalmente terão início os estudos de fase III, que podem confirmar sua eficácia.

Cumprida o protocolo da ciência responsável, teremos uma vacina capaz de combater, com apenas uma dose, os quatro vírus da dengue. Essa conquista será destaque na história da ciência brasileira, e o Instituto Butantan afirmará mais uma vez a importância de uma instituição pública à frente da produção de imunobiológicos.