Uma pesquisa do Instituto Butantan revela que as moléculas de veneno de um peixe podem ajudar no tratamento de asma.
Trata-se de um peptídeo derivado do veneno do peixe niquim (Thalassophryne nattereri), denominado TnP, informou o instituto.
Estudo publicado na revista científica Cells apresentou resultados promissores para o tratamento da asma em testes em modelos animais.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a asma é a doença respiratória crônica mais comum, afetando 262 milhões de pessoas no mundo e causando 455 mil mortes por ano. A maioria dos óbitos ocorre em países de baixa e média renda, com pouco acesso a diagnóstico e tratamento.
Descoberta em 2007, pelo Laboratório de Toxinologia Aplicada do Butantan, a proteína com propriedades anti-inflamatórias deu origem a uma série de peptídeos sintéticos produzidos pelo grupo, que foram patenteados no Brasil e em outros 12 países.
Desta vez, os cientistas compararam grupos de animais com asma tratados com TnP e com dexametasona, fármaco comumente utilizado para tratar a doença respiratória, e animais não tratados.
Assim como o tratamento convencional, o TnP reduziu em mais de 60% o número de células totais que causam inflamação e dano tecidual no pulmão. No caso dos eosinófilos, responsáveis pela inflamação em cerca de metade dos pacientes com asma, a redução foi de 100%.
Ainda de acordo com o Butantan, o tratamento com TnP também atenuou a remodelação das vias aéreas, característica que contribui para a redução da função pulmonar e obstrução do fluxo aéreo, e reduziu a presença de muco no pulmão.
Diferentemente das terapias convencionais, que podem causar sintomas como taquicardia, agitação, dor de cabeça e tremores musculares, não foram identificados efeitos adversos.
Fonte: CNN Brasil