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Inpe registra 1.102 km² de alertas de desmatamento na Amazônia em um mês (7 notícias)

Publicado em 24 de junho de 2019

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou, em maio, 1.102,57 quilômetros quadrados de áreas de alerta de desmatamento e degradação na Amazônia Legal.

Essas são as informações são do Deter, o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real, que é baseado em imagens de satélites e destinado a orientar a fiscalização em campo, feita pelos órgãos como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Considerando somente os alertas do tipo desmatamento, onde já houve a remoção completa da cobertura florestal (corte raso), as áreas mapeadas em maio somam 739,68 km². Somada às áreas de degradação, a quantidade sobe para 1.102,57 km².

Desse total, o Mato Grosso foi o estado com maior área de desmatamento e degradação da floresta, com 404,58 km², seguido do Pará (305,83 km²), Amazonas (222,18 km²) e Rondônia (158,04 km²).

Segundo o Inpe, as áreas de desmatamento por corte raso nos últimos três meses (maio, abril e março) acumulam o total de 1.238,3 km².

No mesmo período do ano anterior, foram registrados 1.396,3 km², com uma redução de 11,3%.

No entanto, ao analisar o ano calendário do desmatamento, de agosto de 2018 a maio de 2019, o Deter aponta 3.654,7 km², valor 4,8% superior ao do período anterior, de agosto de 2017 a maio de 2018, que foi de 3.487 km².

A Amazônia Legal é uma área que engloba nove estados do Brasil pertencentes à bacia Amazônica e à área de ocorrência das vegetações amazônicas.

Segundo o Inpe, o Deter é um serviço de alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita.”Os alertas produzidos pelo Deter servem para orientar a fiscalização e garantir ações eficazes de controle da derrubada da floresta. Embora sejam divulgados relatórios que reúnem dados de um ou mais meses, os resultados são enviados quase que diariamente ao Ibama”, informou o Inpe.

NO LIMITE

Em artigo publicado na revista científica Science Advances, o cientista Carlos Nobre, pesquisador aposentado do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas, revela que o desmatamento da Amazônia está perto de atingir um limite irreversível.

Isso poderá transformar a floresta tropical em cerrado, com áreas degradadas, de vegetação rala e esparsa e com baixa biodiversidade. O artigo também é assinado por Thomas Lovejoy, professor da George Mason University, nos EUA.

“O sistema amazônico está prestes a atingir um ponto de inflexão”, afirmou Lovejoy à Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo).

“Apesar de não sabermos o ponto de inflexão exato, estimamos que a Amazônia está muito próxima de atingir esse limite irreversível. A Amazônia já tem 20% de área desmatada, equivalente a 1 milhão de quilômetros quadrados”, afirmou Nobre.