O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) vai lançar uma ferramenta inédita para fazer a previsão imediata de tempestades. O serviço poderá ser acessado via celular, por meio de aplicativo gratuito.
Trata-se do SOS Chuva, que entra em operação em novembro. Um mês antes, os pesquisadores do Inpe lançarão o aplicativo na internet, para uma fase de testes.
A ferramenta vai fornecer para a população informações sobre a ocorrência de raios, rajadas de vento e chuvas de granizo, incluindo o tamanho das pedras.
PREVENÇÃO/ Além de reduzir o número de mortes causadas por deslizamentos de terra e inundações, os dados serão aplicados para expandir a agricultura de precisão, diminuindo prejuízos provocados por eventos extremos.
“A previsão é tão precisa que será possível dizer quando e quanto vai chover em determinado bairro. Vamos saber se haverá granizo e qual o tamanho das pedras”, disse o pesquisador Luiz Augusto Machado, do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), órgão do Inpe.
“Poderemos orientar a população em detalhes, evitando uma série de acidentes em decorrência de queda de árvores, raios, deslizamentos de terra ou inundações. Isso é nova ciência”, afirmou Machado, que coordena a equipe de mais de 50 cientistas brasileiros e estrangeiros que trabalham no SOS Chuva.
RADARES/ Para elaborar as previsões, os pesquisadores tiveram que estudar os processos físicos que ocorrem dentro das nuvens, que definem a severidade dos eventos climáticos.
Um radar de dupla polarização permitiu aos cientistas avançar nesse conhecimento.
Os dados foram captados durante dois anos e as informações obtidas ajudaram a desenvolver um sistema de alerta de tempestades intensas.
“Sensores, pluviômetros e novos algoritmos complementaram a infraestrutura necessária para que o projeto, depois de 10 anos, saísse do papel”, informou o Inpe.
Com um radar instalado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em Campinas, o aparelho cobrirá uma área de 100 quilômetros, incluindo o Vale do Paraíba.
Isso permitirá, segundo Machado, que a população da região, as empresas e prefeituras tenham informações sobre a ocorrência de tempestades e atuem em prevenção.
CUSTO/ O radar usado no SOS Chuva custou 600 mil euros e foi pago com recursos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que investiu um total de R$ 3 milhões no projeto.
Redação / Gazeta de Taubaté
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