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O Vale

Inovação ou morte

Publicado em 06 janeiro 2012

As universidades, mediante cursos de pós-graduação apoiados pela Capes, vêm cumprindo trabalho notável, formando cerca de 12.000 doutores por ano, com produção de artigos de bom nível, em periódicos de renome, no mundo.

As nações dependem, cada vez mais, de capital humano de qualidade para participar de inovações. E é preciso recompensar e incentivar os inventores com capacidade de gerar produtos inovadores, de modo a ajudar ainda mais a construção de uma indústria moderna que compita, exporte, coloque o "made in Brazil" em produtos como tomógrafos, sistemas de transportes modernos, geradores de energia, sistema exploratório de petróleo, equipamento de defesa, turbinas e outros, além de gerar substituição progressiva das importações que exigem elevado índice de PeD embutida e promovem a criação de empregos de nível tecnológico significativo.

Temos na Univap sentido a pressão das entidades mais atuantes no apoio à PeD, como Fapesp, Finep, CNPq e BNDES, para que não abandonemos a formação de pesquisadores de bom nível, mas sobretudo que propugnemos pela valorização da propriedade intelectual, que premiemos a inovação que dê à nossa indústria nível de competitividade internacional, protegidapor marcas e patentes válidas no Brasil e no mundo todo.

Ainda agora, o presidente da Fundação Instituto Butantan, Isaias Raw, chama a atenção para a manobra de multinacional com sede no exterior que pretende comprar a unidade produtora de vacinas do Butantan e, com isso, o acesso àproteção ávida. São diárias as tentativas do aumento do domínio de fármacos, por empresas externas, dos quais somos grandes importadores. É preciso muita dedicação para não entregar o pouco de nacionalização que ainda sobrevive amultinacionais.

Outro problema que estamos em processo de ajudar a resolver, localmente: as "cinzas volantes" resultantes da incineração de resíduos urbanos contêm toxinas, os POPs (Poluidores Orgânicos Permanentes), que podem provocar danos neurais permanentes em recém-nascidos, conforme comprovação por pesquisa recente realizada na China, cujos resultados causaram apreensão: 80 bebês recém-nascidos com problemas neurais tiveram suas placentas examinadas e nelas foi revelada apresença de POPs. E em 50 recém-nascidos normais não havia POPs nas placentas.

Qualquer análise de custo-benefício que se possa imaginar será favorável a impedir a devastadora ação dos POPs, que trará mais problemas de saúde, agravando as dificuldades de atendimento hospitalar, salvando crianças de serem condenadas a portadoras de distúrbios irreversíveis. E é fácil imaginar a sobrecarga emocional para as famílias.

O remédio é o tratamento por plasmaa 1400°C, que provoca a fusão das "cinzas volantes" e permite transformá-las em ladrilhos vitrificados, túmulos seguros dos POPs, e que ainda permitem recobrir superfícies. E mesmo a ação das águas não arrasta os POPs aprisionados: alixiviação, nome técnico do arrastamento, é nula. Isto é o objetivo do projeto aprovado pelo BNDES, que se propõe a obter usinapiloto, instaladano campus Univap, para a seguir oferecer réplicas paraprefeituras, como ocorre no Japão e outros países.

E contamos com a participação do doutor Homero Santiago, na Univap, que há decênios vem se dedicando a pesquisas com o plasma, além do Dr. Pierre Mattei do ITA, é do Dr. Marco Antonio de Souza, da empresa VTX, do Sistema Parque Tecnológico Univap.