Uma chapa de aço especial utilizada para absorver ruídos e vibrações dos motores de automóveis, equipamentos elétricos e materiais de construção foi desenvolvida com tecnologia nacional pela pequena empresa Fitafer, de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo.
Denominada chapa VDS (Aço Anti-Ruído e Vibração), o material é fabricado apenas nos Estados Unidos e Japão, e no ano que vem começará a ser produzido no Brasil.
Para isso, a Fitafer investiu R$ 300 mil na construção de um novo prédio para abrigar o forno, que irá produzir a chapa VDS. "Esse torno custará cerca de R$ 600 mil. Ainda não temos condições de comprá-lo. Pretendemos iniciar a produção no início do ano que vem", diz Ecidir Taverneiro, diretor executivo da pequena Fitafer. Segundo Taverneiro, a Fitafer ainda está avaliando o mercado para verificar que empresas estariam mais interessadas em adquirir o produto.
A Fitafer é relaminadora e processadora de aços planos e fornecedora da General Motors. "As montadoras são as maiores clientes em potencial das chapas VDS", diz o executivo.
Segundo Francisco de Paula Júnior, coordenador do projeto. a Usiminas está investindo para desenvolver uma tecnologia própria para produzir chapas similares à VDS. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por meio da subsidiária Inal, já propôs à Fitafer um acordo para fabricar a chapa VDS.
PROJETO
O projeto teve duração de quatro anos e consumiu cerca de R$ 150 mil. Recebeu apoio do Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (P1PE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
Segundo Francisco de Paula Assis Júnior, as pesquisas foram originadas no IPT. O instituto procurou a empresa Fitafer para produzir a chapa e a Fapesp para financiar o projeto. "A tecnologia já está pronta para ser utilizada", diz o coordenador.
TECNOLOGIA
A chapa VDS é composta por duas lâminas de aço recheadas por um polímero em forma de filme. Segundo o coordenador, o instituto baseou-se numa chapa VDS fabricada nos Estados Unidos usada no cárter (parte do motor onde fica estocado o óleo) dos motores a explosão da MWM, empresa norte-americana com filial no Brasil.
Para o coordenador, foi muito difícil obter a aderência do polímero junto à chapa. "Tivemos que desenvolver um polímero partindo do zero, pois a 3M não quis ceder amostras do que fabrica", diz o coordenador.
A Fitafer tem 27 funcionários e faturou R$ 8 milhões no ano passado. De acordo com Taverneiro, a empresa espera obter essa mesma receita neste ano.
Fabiana Pio
Notícia
DCI