Notícia

Jornal do Brasil

Informe JB (1 notícias)

Publicado em

Por MAURÍCIO DIAS
Os reitores das universidades públicas federais reúnem-se hoje, em Brasília, em caráter extraordinário, para tentar impedir que as instituições federais de ensino sejam fechadas. - Chegamos ao nível mais baixo na relação entre a demanda e a oferta de dinheiro nos últimos anos - diz Paulo Alcântara, reitor da maior das universidades brasileiras, a Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. A proposta do governo para o orçamento de custeio, para 1996, das Instituições Federais de Ensino, foi de R$ 150 milhões. Número considerado insuficiente pelo próprio ministro da Educação, Paulo Renato. Juntos, ministro e reitores lutaram nas últimas semanas para melhorar a verba. Eram necessários, no total, R$ 488 milhões. Mas sofreram um golpe na última quinta-feira, quando a Comissão Mista do Orçamento recusou a emenda dos reitores que era apoiada pelo ministro. Naquela reunião, o relator Iberê Ferreira remanejou cerca de R$ 100 milhões para atender a interesses de parlamentares que, "contrários à reforma da Previdência, deram meia-volta para apoiar o governo. O exemplo da UFRJ dá as cores dramáticas da situação em todo o país: o custo das atividades acadêmicas e das despesas básicas, como luz, gás, telefone, vigilância e limpeza, chega a R$ 23 milhões. Caso os números em tramitação no Congresso não sejam alterados, a UFRJ receberá, para aquelas finalidades, cerca de R$ 10,6 milhões. Gastos com laboratórios, cursos, projetos pedagógicos e pesquisa estão fora do horizonte das universidades públicas brasileiras. Os reitores lutam, hoje, para manter as portas abertas. Nem que seja apenas para fazer a mímica do bom ensino.