Regiões do planeta nem muito secas ou excessivamente úmidas, estudadas por pesquisadores britânicos, apresentaram uma significativa conexão entre quantidade de chuva e umidade no solo.
A pesquisa, publicada na edição de 20 de agosto da revista Science, pode resultar na montagem de modelos de previsão do tempo mais precisos.
A África Equatorial, abaixo do deserto do Saara, as planícies da América do Norte e o norte da índia foram três regiões do planeta onde se constatou a correlação positiva entre as água do solo e as que caem em forma de chuva. Para chegar a esses resultados, os cientistas do Centro de Pesquisa Ambiental para Ecologia e Hidrologia do Reino Unido compararam modelos independentes de chuva e de umidade do solo.
Segundo Christopher Taylor, o principal autor da pesquisa, em regiões muito úmidas ou bastante secas, essa relação não foi detectada. Correlações menos fortes foram percebidas na América do Sul, China e Ásia Central.
Para os pesquisadores que desenvolveram o projeto, enquanto a ciência tem um conhecimento bem sedimentado das relações que existem entre os oceanos e o clima global, como o efeito El Nino, por exemplo, pouco se sabe sobre a influência da superfície da Terra no regime das chuvas. A descoberta da importância da umidade do solo para a chuva pode acarretar em novos projetos de pesquisa nesse setor.
'Ainda existe um certo grau de incerteza, mas, sem dúvida os modelos aplicados para as várias regiões analisadas mostraram que a umidade do solo afeta o regime de chuvas', disse Taylor.
Segundo o pesquisador, o acompanhamento mais sistemático da quantidade de água no solo poderá aperfeiçoar os sistemas de previsão climática em determinadas regiões.
(Agência Fapesp, 2/9)
JC e-mail 2599, de 02 de Setembro de 2004.
Notícia
JC e-mail