A Incubadora Tecnológica (Intec), que deverá ser lançada em Mogi das Cruzes na próxima sexta-feira, segue o modelo de uma organização que, em São Paulo, tem transformado pesquisas científicas e idéias criativas em produtos práticos e dinheiro. Ontem, a reportagem conheceu o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), na Cidade Universitária, o maior da América Latina. O complexo existe há cinco anos e já abriga 82 empresas. No ano passado, eram 70 negócios, que faturaram juntos R$ 8.226.000, ou seja, apenas em impostos, foram gerados cerca de R$ 2 milhões, quase quatro vezes o investimento de órgãos públicos no local, que foi de R$ 643 mil.
O Cietec continua crescendo, até o final do mês, completará uma centena de empresas debaixo do que o gerente, Sérgio Wigberto Risola, chama de "guarda-chuva de apoio", ou seja, uma série de vantagens não disponíveis aos empreendedores que iniciam um negócio fora da incubadora. Estas empresas têm consultoria em marketing, mercado, produção e, principalmente, acesso fácil às agências de fomento à pesquisa. A Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), por exemplo, contribui com até R$ 375 mil não reembolsáveis para desenvolvimento de produtos inovadores. As incubadoras possuem ainda espaços de 40 m2 para abrigar fisicamente aqueles que não possuem sede, caracterizados como residentes, além de manter um hotel, com boxes de 12 m2, para quem ainda não tem horário regular para trabalhar no projeto.
Com tantos benefícios, o número de interessados em começar a produzir algo novo é cada vez maior. Na Capital, o Cietec tem uma média de 10 candidatos para cada vaga na incubadora. A escolha das melhores propostas é feita por um conselho. Quem passa pela seleção tem duas semanas para fazer um plano de negócios mostrando a viabilidade do empreendimento.
"Muita gente acha que a incubadora vai dar o dinheiro para o empresário. Não é nada disso, só vamos ajudá-lo a seguir os passos certos e apresentar seus projetos a quem pode investir", diz o consultor Maurício Valter Susterás. Em geral, de acordo com dados do Sebrae, 75% das pequenas empresas morrem nos primeiros cinco anos de vida. Dentro das incubadoras, a estatística cai para 25% no período.
A porcentagem de firmas que se mantém no mercado e o volume de dinheiro gerado levam o gerente do Cietec a incentivar a abertura de mais incubadoras, principalmente em cidades como Mogi das Cruzes, que possuem centros de ensino e órgãos de apoio empresarial. "Nosso irmãozinho caçula que está nascendo em Mogi reúne todas as características para decolar e vai ter também a nossa total ajuda", concluiu Risola.
Notícia
O Diário (Mogi das Cruzes)