A cidade de Santo André, no ABC paulista, inaugura hoje a incubadora de Empresas com Base Tecnológica (Innova). Serão investidos R$ 1,3 milhão, destinados à manutenção, suporte e reforma do prédio que abrigará o projeto. Os valores virão da própria prefeitura de Santo André, que investirá R$ 380 mil por ano até 2004, além dos R$ 60 mil já empregados na reforma da sede do Innova.
O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também fará um aporte de R$ 100 mil.
Umas das empresas que já está em trabalho na incubadora é a 4 IT, do ramo de informática e consultoria. Segundo Antonio rios Ribeiro, um dos sócios da empreitada, o objetivo é desenvolver um software de gestão empresarial. Ele diz que o programa servirá para facilitar a vida dos empresários. "Nossa intenção é distribuir o programa gratuitamente para bancos, empresas de telecomunicação e entidades de classe que tenham a intenção de utilizar o produto para estreitar o relacionamento junto aos clientes. O programa será disponibilizado também na internet (www.fourit.com.br)". diz Ribeiro.
Ele afirma que o programa foi desenvolvido em quatro anos na Universidade de São Paulo (USP). "Como o projeto se mostrou viável, procuramos pela incubadora a fim de colocar o programa ao alcance do mercado. Passamos por quatro meses de seleção ate sermos escolhidos como uma das empresas participantes da Innova", diz.
Outra empresa que também está passando pela incubadora e a SinthEthika Indústria e Comércio Ltda., que tem projeto na área de química fina para sintetização de moléculas e obtenção de princípios ativos. Pedro Nestor Guiviszalsky, um dos sócios da empresa, diz que o projeto prevê a produção de uma linha de produtos agroquimícos, além de material para uso veterinário.
Segundo ele, o Brasil tem um déficit de R$ 7,2 bilhões por ano na importação desses produtos, já que nenhuma empresa nacional produz para esses dois segmentos. Guivislalsky informa que a intenção da empresa é trabalhar por meio de royalties. A empresa Lança o produto e permite que outro grupo comercialize, pagando a ela de 5% a 7% do lucro obtido. O investimento inicial feito na empresa foi de R$ 100 mil.
Um segundo passo, diz Guiviszalsky, é unir as faculdades da região - Faculdade Mauá e Faculdade do Grande ABC - criando um programa de estágio com as empresas privadas do setor químico. "Levaremos os jovens das universidades para o mercado de trabalho. Também estamos tentando desenvolver uma forma de acolher novos projetos da área química, com a participação do Fundo Nacional de Educação (Funef) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)". afirma.
Outras cinco empresas também estão incubadas na Innova: a 2M Informática, que cria um programa para intermediar a autorização de exames laboratoriais junto às seguradoras; a Marts Eletrônicos Ltda, que desenvolve um cartão eletrônico para árbitros de futebol; a Safety Kids, que criou um dispositivo que é colocado entre os bancos dos carros para evitar que crianças se acidentem em caso da colisão do veículo; a Bomshopping ABC Ltda, que fomenta a criação de shoppingcenters regionais na internet; e a Isao Shirasawa, que toca o projeto de um novo reator para lâmpadas elétricas.
MOTIVAÇÃO
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André, Luis Paulo Bresciani, o objetivo principal da incubadora é cuidar das empresas nascentes, em todas as necessidades, seja na parte de infra-estrutura ou na divulgação do produto a ser desenvolvido. "Em Santo André, decidimos desenvolver projetos e processos inovadores que facilitem a vida de empresários e do consumidor comum", diz. Bresciani afirma que antes de o projeto ser desenvolvido na incubadora, ele passa por uma seleção realizada por membros das entidades: Prefeitura, Fapesp e Funef.
Onze empresas participaram do edital de seleção, dez foram selecionadas e sete já estão sendo incubadas. "Até o mês de outubro abriremos mais cinco vagas para novos projetos. Nossa expectativa é de que a procura ultrapasse o número inicial".
Davi Franzon
Notícia
DCI