A incubadora de Empresas de base Tecnológica da Unicamp (Incamp)já orientou e preparou grupos de alunos para constituírem 31 novas organizações desde sua fundação em 2001.
As empresas originadas no meio acadêmico atuam em ramos empresariais diversificados – engenharia de alimentos e de computação, física, química, educação, eletrônica de precisão, novos materiais e telecomunicações. Porém, segundo os professores da Unicamp que orientam os alunos, todas têm em comum a capacitação gerencial e o diferencial tecnológico.
Para a Incamp, para empreender, não há pré-requisito. Sozinho ou em grupo, o universitário precisa inscrever seu projeto em um edital público de seleção, lançado pela Incamp, ao menos uma vez por ano. No entanto, deve estar matriculado em qualquer etapa de curso de graduação ou pós na universidade.
A Incamp tem capacidade para incubar até nove empresas simultaneamente. Há sempre muitos interessados e a dica para vencer a concorrência é prever todas as fases do projeto do novo negocio: desde a concepção do produto ou serviço até o pós-venda.
Incubar a empresa reduz custos operacionais para o empreendedor, segundo a Incamp. E durante este período, o aluno recebe noções de administração geral, gestão financeira, custos, marketing, planejamento, produção e operações e infra-estrutura.
A Incamp acredita que ter patrocinador ajuda. Por isso, orientao incubado sobre como redigir seu plano de negócios e obter recursos no setor privado e público. As opções mais comuns de fomento governamental são a Fundação de amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).
No Brasil o maior desafio para a consolidação da micro e pequena empresa é resistir à alta mortalidade dos cinco anos iniciais. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) indicam que, em média, a cada ano são abertas 1,5 milhão de empresas no País por conta própria – e 71% não resistem a essa fase crítica.
Diferente do panorama nacional, na Incamp o porcentual médio de sobrevivência dos novos negócios é de 85%. As ex-incubadas já criaram 150 empregos – a maioria em municípios da região metropolitana de Campinas. Uma das explicações da diminuição da mortalidade é o fortalecimento do projeto durante o período de incubação: a transformação do cientista em empresário.
A incubação pode durar até três anos e provê acesso para o futuro empresário nos laboratórios e equipamentos da universidade. Porém, o principal apoio é a supervisão dos professores da Unicamp, complementada com treinamentos ministrados por profissionais em atuação no mercado.
Para incubar a empresa o interessado precisa fazer inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Depois de ter o projeto aprovado, paga 550 reais mensais à Incamp no primeiro ano; no segundo, 650 reais, e no terceiro, 750 reais. O valor dá direito a uma sala com 25 metros quadrados, linha telefônica, conexão de Internet de banda larga e limpeza do ambiente.
De acordo com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o Brasil possui 400 incubadoras e 55 parques tecnológicos em fase de projeto, implantação ou operação. É o terceiro maior incubador do mundo, superado somente pela Coréia do Sul e Estados Unidos.