Em 2020, incêndios de alta intensidade queimaram mais de 30% do território do Pantanal, na porção brasileira. É o que aponta uma nova pesquisa conduzida por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), publicada na revista científica Fire.
Segundo a pesquisa, esses incêndios queimaram uma área de 44.998 quilômetros quadrados na porção brasileira do bioma, valor bem acima do que havia sido estimado em levantamentos anteriores, que variavam entre 14.307 quilômetros quadrados e 36.017 quilômetros quadrados.
O levantamento foi feito com base em imagens de satélite da missão Sentinel-2, que deram mais precisão e refinamento às estimativas sobre as áreas queimadas.
A conclusão do estudo, segundo a Agência FAPESP, apontou sobre a necessidade de se melhorar os dados de impactos do fogo em regiões criticamente sensíveis às mudanças climáticas, como o Pantanal, que é a maior área úmida tropical do mundo. E essa preocupação aumenta neste ano de 2023, já que o fenômeno El Niño pode deixar o bioma mais seco e suscetível ao fogo.
Entre o dia 1º de janeiro e 28 de agosto deste ano, o Pantanal registrou 394 focos de fogo, segundo dados do Inpe. Nesse mesmo período de 2020, haviam sido registrados 8.895 focos de queimadas, maior número desde 1998 para o bioma.