Listen to the article The devaluation of teaching careers and the lack of legal assistance are also factors related to the increase in cases.
In 2023, there was a record: 13.1 thousand victims were treated in public and private hospitals. Daycare in Blumenau suffered a violent attack in 2023; four children died
Luíza Morfim/Disclosure
The number of cases of violence in the school environment more than tripled in 10 years, reaching its peak in 2023, shows an analysis of national data from FAPESP, released this Monday (14).
That year, according to the Ministry of Human Rights and Citizenship (MDHC), 13.1 thousand patients were treated in public and private health services, after self-harming, attempting suicide or suffering psychological and physical attacks in the educational context. In 2003, there were 3.7 thousand episodes.
What types of violence were most common in 2023? Half of the reported cases were physical aggression. Next comes psychological/moral violence (23.8%) and sexual violence (23.1%). In 35.9% of the situations, the aggressor was a friend or acquaintance of the victim.
READ ALSO: Bullying isn't just in high school: in colleges, victims talk about low self-esteem and suicide attempts after humiliation
Como esses comportamentos se manifestam na escola? O Ministério da Educação (MEC) classifica quatro categorias principais de violência que afetam a comunidade escolar:
agressões extremas, com ataques premeditados e letais, como a tragédia em uma creche de Blumenau em 2023, quando quatro crianças morreram;
violência interpessoal, com hostilidades e discriminação entre alunos e professores;
bullying, quando ocorrem intimidações físicas, verbais ou psicológicas repetitivas;
episódios no entorno, como tráfico de drogas, tiroteio e roubos/furtos.
Por que os casos aumentaram tanto em 10 anos? Segundo a FAPESP, os seguintes fatores explicam o pico de violência entre 2022 e 2023:
desvalorização dos professores no imaginário coletivo;
relativização de discursos de ódio, como se fossem menos prejudiciais do que realmente são;
precarização da infraestrutura das escolas;
agressões sofridas ou vistas pelos alunos no ambiente doméstico;
falhas nas ações de mediação de conflito;
despreparo das secretarias estaduais de educação para lidar com casos de misoginia e racismo.
Parte da elevação de casos também pode ser explicada pelas melhorias nos processos de registros dos hospitais e pelo crescimento das “comunidades mórbidas virtuais” (grupos on-line que se estruturam com base em ideias destrutivas).
LEIA TAMBÉM: Incels, redpills e mais 10: os termos da série ‘Adolescência' sobre a cultura de ódio a mulheres
Quais iniciativas podem ajudar na redução de casos de violência na comunidade escolar?
Especialistas ouvidos pela FAPESP listam alternativas:
políticas contínuas, intersetoriais e integradas;
parcerias com os setores de saúde, de justiça e de assistência social;
transformação estrutural da cultura escolar (em vez de projetos isolados);
gestão escolar com representatividade racial e feminina;
acionamento dos conselhos tutelares em casos graves (prática incomum em escolas particulares).
Entenda o que são incels, redpills e outros 10 termos da série ‘Adolescência'