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Agência C&T (MCTI)

Ilusões embrionárias (1 notícias)

Publicado em 18 de maio de 2008

Por Mario Eugenio Saturno

Em artigo anterior, escrevi sobre a visão da Bíblia e da Igreja Católica (conforme o Catecismo) e como vimos um cristão só pode ser contra. Causa espécie ver igrejas que dizem cristãs defenderem o aborto e o uso de embriões humanos.

Mais estranho é ver o uso de pessoas portadoras de grandes deficiências físicas como sensibilizadoras da esperança de cura. Todos ficamos comovidos, mas fomos enganados, não tem cura esses casos graves de lesão. É como cortar um tronco de fios telefônicos, não tem como religá-los sem saber como, com células embrionárias ou não.

A Dra. Alice Teixeira Ferreira já explicou a senadores e deputados e à todos nós pelos meios de comunicação. Médica formada na Escola Paulista de Medicina, é pesquisadora na área Biomédica há mais de 40 anos, livre-docente de Biofísica da UNIFESP/EPM, há 15 anos, desenvolve pesquisa em Biologia Celular.

Ela não se deixou levar pelos projetos de genomas, pois tinha certeza que os resultados seriam nulos, já que estava trabalhando com animais transgênicos e os resultados eram inesperados. E, agora, com as células embrionárias, ela pensa o mesmo, enganação. E cita o cancerologista Rex Greene, os que terão lucro imediato com os embriões são os pesquisadores envolvidos e os biotecnologistas que lhes venderão os aparelhos necessários.

Isso já aconteceu aqui, a FAPESP gastou 35 milhões de dólares para fazer o seqüenciamento do genoma da X. fastidiosa (conhecida como causadora do amarelinho) e que não levou a nada aos laranjais. Qualquer caipira já tem uma solução mais barata, ou seja, três podas acabam com o amarelinho.

Os meios de comunicação não estão divulgando corretamente os resultados das pesquisas com céluas-tronco adultas. Por exemplo, Rudolf Jaenish curou anemia falciforme em camundongos, não noticiou a visita do Dr. Paul Sanberg, autor de cerca de 500 artigos e que tem mais de 25 patentes de produtos voltados para tratamentos com células-tronco de medula óssea e de sangue de cordão umbilical.

A pá de cal contra o uso de embriões humanos vem da pesquisa do Dr. Shynia Yamanaka que conseguiu transformar células adultas da pele humana em células com características embrionárias.

Para encerrar o assunto pela ótica dos pesquisadores, diversos deles que usavam embriões humanos já mudaram suas linhas de pesquisa para as células-tronco adultas, como fizeram James Thomson, da Universidade de Wisconsin-Madison (que teve sucesso usando fibroblastos de fetos e do prepúcio de recém-nascidos); Ian Wilmut, que fez a clonagem da ovelha Dolly; e o já citado Jaenisch.

E, por fim, a Associação Médico Espírita do Brasil também já se manifestou sobre o assunto (MEDNESP-2005). Considera que as pesquisas, na prática, mostram alto risco na geração de tumores, são realizadas sem o devido respeito ao embrião, e que uma vida (a do embrião) não pode ser interrompida em benefício de outra.

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (Email: mariosaturno@uol.com.br)