O Instituto do Legislativo Paulista (ILP) recebeu nesta segunda-feira (21/5), no auditório Teotônio Vilela, um curso com o tema "Inovação na Saúde " tecnologias que salvam vidas", reunindo os pesquisadores que atuaram no processo de concepção desses novos dispositivos disponíveis no mercado.
A pesquisadora do Instituto Butantan, Viviane Botosso, foi uma das palestrantes. Ela ajudou na criação de um kit de diagnóstico para o Zika Vírus. "Antigamente, o diagnóstico de uma doença viral era quase inatingível, demorava-se até duas semanas para ter resultados. Isso mudou nos anos 80 com uma nova técnica, fazendo com que os diagnósticos ficassem mais rápidos. Na área da saúde, a tecnologia é indispensável", explicou.
Outras três pessoas expuseram seus trabalhos. O pesquisador da empresa Braincare, Sérgio Mascarenhas, foi um deles. Ele criou um aparelho de monitoramento não invasivo da pressão intracraniana. A ideia surgiu após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e precisar passar pelo antigo procedimento, no qual era necessária a abertura de furo no osso do crânio.
Mascarenhas foi saudado pelo deputado Roberto Massafera (PSDB), presente na palestra. "Ele honra nossa ciência, fez o estudo, desenvolveu a pesquisa, produziu e agora já está exportando para os Estados Unidos. Agora, imaginem, em curto prazo, cada hospital do Brasil possuir um desses dispositivos", disse.
Wataru Ueda é dono da empresa Magnamed, que desenvolveu um ventilador pulmonar diferente. Antes, as ambulâncias necessitavam de dois ventiladores: um para recém-nascidos e outro para crianças e adultos. Ele e dois sócios reuniram essas duas funcionalidades em um só aparelho menor, mais dinâmico e com uma manutenção facilitada.
Com o objetivo de tornar a administração dos hospitais mais eficiente e de oferecer um atendimento mais humanizado aos pacientes, o Medtime, criado por Ricardo Murville Camps, da Medtech, surge como uma plataforma que integra medicina e gestão, por meio do monitoramento de dados como escalas de plantões, alocação de especialistas, leitos ocupados, fluxos e prontuários de pacientes.
Ciclo ILP e Fapesp
Todas as iniciativas tiveram o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O programa para as empresas privadas se chama Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), que, de acordo com o diretor administrativo da instituição, Fernando Menezes, nos seus 20 anos de existência, já apoiou 1.800 empresas. "Crescemos muito. Em 2017, tivemos a aprovação de quatro projetos por semana, reconhecendo a inovação e tecnologia", afirmou.
Para Menezes, a parceria do ILP com a Fapesp é fundamental. "Esse ciclo de palestras é uma prestação de contas à população e um modo de democratizar a informação", contou.
Segundo a diretora-executiva do ILP, Ana Carla Albiero, a parceria aprimora a atuação da Alesp e sua missão institucional. Ela ainda ressaltou a importância da palestra, que debate, por exemplo, a universalização do Sistema Único de Saúde (SUS). "A busca é por avanços tecnológicos que permitam o acesso da população a esse tipo de inovação", comentou.