Pesquisadores do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) chegaram a resultados inéditos em um de seus estudos: a detecção, quantificação e caracterização química dos microplásticos no pulmão. O trabalho foi reconhecido e aprovado, no último dia 12 de maio de 2021, pelo periódico científico internacional Journal of Hazardous Materials (fator de impacto: 9.04), que deve publicar o artigo em sua próxima edição.
“Somos o primeiro grupo no mundo a obter e publicar essas conclusões”, afirma o pesquisador Luís Fernando Amato Lourenço, do Departamento de Patologia da FMUSP.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que os microplásticos estão presentes no ar de grandes metrópoles e que as pessoas estivessem inalando essas partículas/fibras. Inclusive, uma revisão literária (https://bit.ly/341K9sk) com os principais achados e possíveis efeitos na saúde humana foi feita pelo mesmo grupo de investigação, e publicada na revista Science of The Total Environment (STOTEN), da Elsevier, em agosto do ano passado.
Agora, com o aprimoramento das técnicas de metodologia, acesso a amostras de tecido pulmonar humano e outros desafios superados, dentro do mesmo projeto, que é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, “podemos comprovar que os microplásticos estão presentes no ar, podem ser inalados por humanos e chegar até os pulmões”, declarou a Profa. Thais Mauad, do Departamento de Patologia da FMUSP.
O estudo indica que, uma vez no meio ambiente, essas partículas e fibras são muito heterogêneas e tendem a se ligar a outros poluentes presentes no ar ou mesmo vírus e bactérias, servindo como vetores. Além do grande potencial de os microplásticos com esses contaminadores e microrganismos agregados serem respirados pelas pessoas.
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