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Identificação de cepa resistente ao tratamento em paciente com leishmaniose cutânea (10 notícias)

Publicado em 16 de agosto de 2024

Pesquisadores identificaram, pela primeira vez no Brasil, uma cepa do parasita Leishmania amazonensis resistente à anfotericina B em amostras de um paciente residente no Maranhão. A leishmaniose cutânea, que causa lesões na pele, pode persistir por meses, mas é curável. No entanto, o paciente em questão apresentava a forma difusa da doença, considerada rara e de difícil tratamento, especialmente devido à coinfecção com o vírus HIV.

O indivíduo era refratário aos tratamentos convencionais com medicamentos como o antimoniato de meglumina e a anfotericina B. Diante desse cenário, pesquisadores realizaram ensaios in vitro e in vivo para testar a sensibilidade da cepa isolada à anfotericina B, bem como aos medicamentos miltefosina e paromomicina, aos quais o paciente não havia sido exposto anteriormente.

Os resultados, publicados na revista PLOS Neglected Tropical Diseases, demonstraram a resistência da cepa à anfotericina B, sugerindo a necessidade urgente de buscar alternativas terapêuticas para a leishmaniose cutânea difusa no Brasil, dada a gravidade do problema de saúde pública que representa a falha no tratamento dessa doença.

A América Latina notificou mais de 1 milhão de casos de leishmaniose cutânea entre 2001 e 2021, com 37% dos casos ocorrendo no Brasil. Embora o país tenha registrado uma diminuição de 14,3% nos casos de 2017 a 2021, mais de 15 mil casos foram relatados em 2021, principalmente na região amazônica. Os principais fatores de risco associados à doença incluem sexo masculino, condições precárias de moradia e proximidade de áreas florestais, onde os flebotomíneos, responsáveis pela transmissão da leishmaniose, estão presentes.

Para acessar o artigo completo intitulado “Amphotericin B resistance in Leishmania amazonensis: In vitro and in vivo characterization of a Brazilian clinical isolate”, visite o link: https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0012175.

Informações da Agência FAPESP